A maior parte dos animais entregues para tratamento são aves feridas. Constituem cerca de 95% dos animais que dão entrada. Diz Sofia Costa que trabalha na gestão e coordenação do RIAS que são maioritariamente gaivotas, cegonhas e aves de rapina: corujas, mocho galego e algumas águias.
Por ano, o centro recebe mais de 1200 animais. O principal objetivo é recuperá-los e depois devolvê-los à natureza. É um momento muito especial a que podemos assistir e partilhar as sensações de estar próximo de um animal selvagem. "A reação das pessoas é de espanto porque nunca viram um animal selvagem tão perto", descreve Sofia.
"É um momento especial para os mais novos e também para os adultos que reagem também com admiração". Para este momento especial são convidados os padrinhos do animal. Um gesto de apoio ao RIAS e que aprofunda os laços com a natureza especialmente dos mais novos.
Sofia sublinha que há mais gente a apadrinhar animais doentes. Por exemplo, "no Natal é uma oferta diferente. Há também muitas turmas de escolas que se juntam para apadrinhamento de um animal".
Quem quiser também pode visitar o RIAS. Dar um passeio pelo Centro de Educação Ambiental de Marim e ver vários objetos relacionados com a vida animal.
Na sala de exposição os visitantes podem também assistir em direto a imagens de alguns animais que estão recolhidos, em tratamento ou “em estágio” para serem devolvidos à natureza.
O Centro desenvolve outras atividades para além da recuperação dos animais selvagens. "Fazem muito trabalho de sensibilização ambiental junto da população e das escolas. Desenvolvem ainda atividades junto de centros de investigação e universidades. Um centro de recuperação tem muita matéria para investigação a partir dos animais que chegam até nós. A vigilância sanitária é outra componente importante".
Uma dessas atividades de educação ambiental junto das escolas tem contribuído para uma maior sensibilização das pessoas para o cuidado com os animais selvagens. A atestar esta proximidade, “um dos sinais é que metade dos animais entregues no Centro é feita por pessoas comuns. Só uma parte é através das autoridades. Quando começámos, em 2009, muita pouca gente nos conhecia, mas agora, devido ao esforço de comunicação e ao contacto com as escolas, muita gente já conhece a nossa atividade e encaminha-nos os animais feridos que encontram", explica Sofia.
O RIAS funciona em Olhão desde 2009 e sucedeu ao antigo Centro de Recuperação de Aves. Ao todo já foram tratados e devolvidos à natureza milhares de animais.
O RIAS é gerido pela Associação Aldeia, com sede no Vimioso, e tem também a seu cargo outro centro de recuperação de animais em Gouveia.
Rias que salvam animais selvagens faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Comentários