![Açores: O heroísmo de Angra e do Monte Brasil](/assets/img/blank.png)
Escala obrigatória das caravelas, Angra do Heroísmo foi ponto de confluência de culturas e o seu património resulta da vivência desta fusão.
![Centro histórico de Angra do Heroísmo Centro histórico de Angra do Heroísmo](/assets/img/blank.png)
A classificação pela Unesco não foi apenas pelo património edificado, os numerosos monumentos e edifícios. Foi também pela sua história, pelos três séculos de expansão europeia que passaram por aqui.
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Conforme salienta Teresa Diniz Jarroca, do Turismo de Angra, até na gastronomia se nota essa influência, por exemplo, com a utilização de especiarias e algumas são cultivadas no arquipélago.
A área classificada pela UNESCO tem em conta este encontro de culturas.
São cerca de 6km quadrados, divididos em duas partes. O centro histórico com duas dezenas de edifícios e monumentos e o antigo vulcão, o Monte Brasil.
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Podemos subir até ao cume do monte, ao Pico das Cruzinhas, onde está um monumento que pretende comemorar o V Centenário do descobrimento dos Açores. Esta estrutura estará no mesmo local onde antes estavam três cruzes e que está na origem do nome Pico das Cruzinhas. Daqui usufruímos uma magnifica vista da cidade e de parte da ilha.
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Em dias claros ainda se consegue ver as ilhas de S. Jorge e do Pico. Junto ao miradouro estão as antia-éreas britânicas que foram usadas na II Guerra Mundial.
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O monte é de origem vulcânica, tem uma área verde muito grande e até está classificada como Reserva Florestal.
Devido à sua posição estratégica sempre teve um papel militar muito importante. No monte está a fortaleza de S. João Baptista ou de S. Filipe. Foi mandada construir por D. Filipe II de Espanha e I de Portugal. É considerada a maior fortaleza feita por espanhóis em todo o Mundo.
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A construção começou no final do século XVI com muita mão de obra de condenados que chegavam nas caravelas. As muralhas têm 4km de extensão e rodeiam o Monte Brasil.
O forte de S. João Baptista e as fortalezas de Havana e Cartagena das Índias eram as bases dos espanhóis para proteger as caravelas que faziam o comércio intercontinental, em particular da prata proveniente da América.
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Os espanhóis só saíram da fortaleza dois anos depois da Restauração, em 1642. Um dos motivos foi a contaminação das águas das cisternas. O forte também pode ser visitado apesar das instalações estarem ocupadas pelo Regimento de Guarnição nº1. Há visitas hora a hora. Pode-se visitar a igreja da fortaleza, a praça de armas e toda a zona envolvente marcada por cinco enormes baluartes.
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Todo o Monte Brasil é visitável e há recantos com pequenas construções e com uma vista magnífica para a cidade, a baía e para o outro forte, de S. Sebastião, que agora é uma pousada.
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O centro histórico é relativamente fácil de visitar. A cidade tem uma planta rectilínea, de influência renascentista e muito do património edificado está próximo da bonita igreja da Misericórdia. Foi o primeiro hospital nos Açores. Está mesmo em frente ao Atlântico e da estátua de Vasco da Gama.
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A Sé Catedral não está longe. Nas ruas empedradas e com as fachadas de basalto coloridas de flores sobressaem as varandas.
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A maior parte são de ferro forjado, têm desenhos tradicionais e replicam com fidelidade as que estavam nas fachadas dos prédios antes do tremor de terra de 1 de Janeiro de 1980 que destruiu uma parte importante do património edificado.
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A visita a Angra tem ainda de passar pela Memória. É um obelisco do século XIX que assinala a passagem pela ilha Terceira de D. Pedro IV e os valores liberais.
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É uma pirâmide que reaproveitou as pedras da primeira fortaleza construída em Angra em meados do século XV mas que não teve grande relevância porque se encontrava no interior da cidade e longe da baía.
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A Memória fica no alto de um monte que nos oferece uma vista de conjunto da cidade, do Monte Brasil e da sua fortaleza.
Por último, não se esqueça dos impérios. Num instante dá por eles devido ao colorido.
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O heroísmo de Angra e do Monte Brasil faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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