É único em Portugal e fica na freguesia do Pinhal Novo. É a realização de um sonho de um colecionador e um espaço de sensações que nos faz reviver histórias e sons de contos de fada.
O Museu da Música Mecânica tem peças raras em todo o mundo e muitas são únicas em Portugal. Luís Cangueiro, o dono da coleção, teve sempre a preocupação de recuperar o sistema mecânico o que permite ouvir a música de todas as peças, como tocavam originalmente.
Algumas das peças são do final do séc. XVIII e a coleção termina nas primeiras décadas do séc. XX.
A exposição tem três galerias organizadas de acordo com as diversas tipologias de aparelhos.
Numa delas encontramos espantosas caixas de música de cilindros de madeira ou de metal.
São caixas com sistemas simples ou a mecânica é muito mais complexa. Por exemplo, são inseridos outros instrumentos como campainhas e tambores o que aumenta a diversidade e a imaginação de sons.
Muitas caixas mantêm a decoração original e estão em ótimo estado de conservação. Fatores que contribuem para a surpresa e o deslumbramento por parte dos visitantes. Uma reação comum é a emoção.
Todos ficam maravilhados com a “inventiva e a minúcia” dos artífices, utilizando a expressão de Marcelo Rebelo de Sousa quando da inauguração em 2016.
Os mais velhos ficam também emocionados com as memórias dos gramofones, fonógrafos e grafonolas que ocupam uma galeria. São muito bonitas. As cores, as formas e os pormenores tornam impossível destacar uma ou duas como as mais bonitas.
Muitas das caixas ou grafonolas foram produzidas na Alemanha, França, Suíça e Estados Unidos e tocavam músicas portuguesas porque os cilindros ou os discos eram por vezes encomendados. Muitas destas músicas podem ser ouvidas no decorrer da visita.
Ao lado de alguns instrumentos há um processo que permite reproduzir o som original. Se for numa visita guiada é possível ver e ouvir o próprio instrumento a tocar. Há visitas guiadas todos os sábados e domingos e é o próprio colecionador que faz o percurso com os visitantes. É outra forma de concretizar o seu sonho e cumprir “o legado que pretendo deixar ao país”.
Luís Cangueiro é licenciado em Filologia Clássica e é um apaixonado por fotografia e música. Em casa tinha uma caixa de música Ariston. Muitos anos depois, em 1986, adquiriu a primeira peça da coleção e nunca mais parou.
A recolha durou mais de 30 anos e teve também um longo processo para concretizar o sonho de criar um espaço onde “parte da memória da humanidade possa ser partilhada” com muitas mais pessoas.
Este último sonho foi realizado em 4 de outubro de 2016 com a inauguração do Museu em Arraiados, freguesia de Pinhal Novo e concelho de Palmela. É no meio de um ambiente rural onde Luís Cangueiro já tinha uma quinta.
Todo o investimento é privado, inclusive o edifício do arquiteto Miguel Marcelino que é uma réplica de uma caixa de música e cujo alçado principal tem uma concavidade parecida com as campânulas dos gramofones.
Na quinta há também um espaço verde e uma escola de equitação.
Segundo Andreia Martins, coordenadora de comunicação do museu, pretende-se que exista complementaridade entre os dois espaços em iniciativas dirigidas essencialmente aos mais novos
Estas valências – música e espaços verdes/equitação – são também muito relevantes em programas para pessoas com necessidades especiais que frequentemente visitam o museu e a quinta.
O museu tem ainda um centro de documentação e promove conferências e exposições temporárias.
Pode ver aqui os horários e como chegar.
A caixa de música mecânica que encanta faz parte do podcast da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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