Algumas das espécies já nem existem em Portugal como é o caso dos ursos pardos que há mais de dois séculos ainda andavam na serra do Gerês. No Parque há um casal, a Berta e o Sandro. São muito bonitos, dorminhocos e possantes. Já tiveram uma cria.
Estão na área selvagem do Parque que ocupa uma encosta da serra, depois de se atravessar o rio. É a parte com mais sucesso. Famílias e escolas visitam muito o parque e é nesta área onde jovens e adultos mais ficam encantados com as espécies selvagens que existem em Portugal.
Podemos ver ainda, entre outros, linces, raposas, veados, javalis e algumas aves de rapina que já não podem regressar à natureza. Estes animais estão em cercados.
Os que permitem uma maior interatividade com os visitantes estão na quinta pedagógica.
Cavalos, porcos, galinhas, vacas e muitos outros que podemos alimentar ou fazer festas. Mas atenção. Se estiver a fazer festas ao Xico, um burro muito simpático, e ouvir barulho ao lado, pontapés na porta, não se assuste. É o vizinho, um burro de Miranda, que está cheio de ciúmes e também quer atenção.
É muito ciumento e fica de imediato muito calmo quando também lhe fazemos uma festa.
Através deste tipo de interação ou da descoberta de algumas raças, procura-se sensibilizar os visitantes para questões ambientais e para a preservação da nossa fauna e flora.
Por exemplo, não querer domesticar animais selvagens. Nem o contrário. Não devolver de forma aleatória à natureza animais exóticos. É o caso de muitas tartarugas importadas para animais de estimação e que por vezes as pessoas colocam nos rios. Este comportamento tem sido nocivo para os cágados, espécies autóctones portuguesas. Para conter este risco vários parques aceitam a entrega das tartarugas.
No dia da minha visita foi o caso de uma tartaruga com mais de 20 anos que ia experimentar viver num lago.
O Parque Biológico da Serra da Lousã não aceita mais animais e, por outro lado, deseja apenas representar as espécies autóctones portuguesas. Abriu apenas uma excepção em relação a lamas que estavam numa empresa de coméstica que fazia testes com animais.
Ao aceitarem as lamas o Parque também reforça uma das mensagens que está na origem do projecto da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional – que é fomentar a inclusão. De pessoas e animais.
Cerca de 90% dos colaboradores quando foram recrutados tinham problemas de inserção social e com o trabalho diário junto dos animais os efeitos pretendidos são mais fáceis de atingir. Alguns trabalham num museu de artes e ofícios.
O Parque Biológico da Serra da Lousã tem ainda outras valências como um museu centrado na evolução cultural e tecnológica e com um levantamento dos instrumentos das principais actividades económicas da região de Miranda do Corvo. Há também uma vertente relativa à liberdade de culto e à diversidade de religiões.
O Parque está no sopé da Serra da Lousã, envolvido de verde e tem ainda uma escola de equitação e um picadeiro onde se realizam provas de hipismo.
A arca de Noé no Parque Biológico da Serra da Lousã faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
Comentários