Uns são romances com décadas e séculos de existência outras são apenas lendas populares, mas todas estas histórias estão carregadas de amor, paixão e uma grande dose de sofrimento. Os cenários onde aconteceram, ainda podem ser visitados.
Cantinho das Aromáticas, Vila Nova de Gaia
Pedro e Inês de Castro viveram durante um curto período na Quinta do Paço, em Canidelo, onde fica o Cantinho das Aromáticas, tendo diversas vezes passeado pelos campos, no século XIV.
Quinta das Lágrimas, Coimbra
A quinta e as duas fontes, Fonte dos Amores e Fonte das Lágrimas, são célebres por terem sido cenário dos amores do príncipe D. Pedro e D. Inês de Castro. A Fonte dos Amores porque presenciou a paixão de D. Pedro por Inês de Castro. A Fonte das Lágrimas porque nasceu das lágrimas vertidas por Inês ao ser assassinada a mando de Afonso IV de Portugal. O sangue de Inês terá ficado preso às rochas do leito, ainda rubras após mais de seis séculos.
Castelo de Bragança
Reza a lenda que quando a povoação era a aldeia da Benquerença, existiu uma princesa órfã, que vivia no castelo com o tio. A princesa apaixonou-se por um cavaleiro que partiu e prometeu voltar quando fosse digno de a pedir em casamento. Passaram-se anos com a princesa à espera do cavaleiro e recusando todas as propostas de casamento, até que o tio decidiu casá-la com um nobre, seu amigo. A princesa recusou e o tio disfarçou-se de fantasma e entrou nos seus aposentos por uma das duas portas, assustando-a e dizendo-lhe para ela casar. Apesar de ser de noite, entrou um raio de sol pela outra porta que iluminou o falso fantasma e denunciou a mentira. A princesa nunca mais foi obrigada a quebrar a sua promessa e passou a viver na torre, conhecida como Torre da Princesa e as duas portas são conhecidas como Porta da Traição e a Porta do Sol.
Palace Hotel do Bussaco, Mealhada
O Bussaco foi cenário dos amores do jovem rei D. Manuel II com a artista francesa Gaby Deslys, que tinha conhecido em 1909 no Théâtre des Capucines, em Paris. O casal refugiou-se, sozinho, durante seis semanas no Palácio do Buçaco, onde viveram uma história de amor.
Palácio Nacional da Pena, Sintra
O Palácio da Pena é a obra da vida de D. Fernando II, que o adquiriu, com os próprios meios financeiros, o antigo mosteiro de Nossa Senhora da Pena, em Sintra, e ao longo da vida foi transformando-o numa mistura de estilos. É um hino ao amor por D. Maria II e, mais tarde, pela segunda mulher, a Condessa de Edla.
Lagoa das Sete Cidades, São Miguel
Reza a lenda que aqui existia uma princesa de olhos azuis que conheceu um pastor, pelo qual se apaixonou. No entanto a princesa tinha o casamento marcado com um príncipe de um reino vizinho e quando o seu pai soube dos encontros com o pastor, proibiu-os, concedendo-lhe um último encontro de despedida. Quando os dois apaixonados se encontraram, choraram tanto que junto aos seus pés cresceram duas lagoas: uma com águas de cor azul, das lágrimas derramadas pelos olhos azuis da princesa, e outra, de cor verde, das lágrimas derramadas dos olhos verdes do pastor.
Convento do Espinheiro, Évora
Em 1490, a poucos dias do seu casamento com D. Isabel, o Infante D. Afonso, filho de João II, decidiu visitar a noiva no Convento do Espinheiro, onde estava hospedada. Nessa mesma noite, uma tempestade provocou a queda de um merlão da igreja, o que era, segundo os monges, um sinal de desagrado vindo dos céus e castigo divino. O casamento aconteceu e o convento do século XV, mantém-se de pé até hoje, sendo atualmente um hotel.
Centro Português de Fotografia, Porto
Até 1974, aqui funcionou a Cadeia da Relação do Porto, onde Camilo Castelo Branco esteve preso, depois de se apaixonar por Ana Plácido, casada com outro. Em 1860 foram detidos e pronunciados por adultério, ficando ela no pavilhão das mulheres, e ele no piso privilegiado destinado a ilustres e bastados, conhecido como os “quartos da Malta”, onde escreveu o o clássico "Amor de Perdição". Um ano depois foram libertados, tendo vivido juntos o resto das suas vidas.
Ilha dos Amores, Castelo de Paiva
Na interseção entre os rios Paiva e Douro, em Castelo de Paiva, emerge uma pequena ilha apelidada por alguns como Ilha do Outeiro ou Ilha do Castelo, mas que ganhou fama como a Ilha dos Amores.
Conta-se que nesta ilha, um humilde camponês e uma nobre dama da região nutriram um amor proibido. Presos às amarras das convenções sociais da época, que desaprovavam uniões entre pessoas de diferentes estatutos sociais, o casal viveu o romance em segredo. Um dia, um nobre cavalheiro da região pediu a mão da dama em casamento. Ciente de que perderia o objeto de seu afeto, o camponês, tomado por um misto de desespero e loucura, pôs fim à vida do pretendente e lançou-o ao rio Douro. Depois, refugiou-se na ilha, temendo as represálias. No entanto, consumido pela saudade, o camponês voltou à terra firme para resgatar a amada e propor-lhe uma vida juntos na ilha. Contudo, durante a travessia de volta, uma tempestade avassaladora abateu-se sobre eles, e o frágil barco que os conduzia naufragou. Assim nasceu a lenda, e a ilha ficou conhecida como a dos Amores.
Hoje em dia, a Ilha dos Amores continua a atrair a atenção de curiosos e casais apaixonados, sendo inclusive palco de algumas cerimónias de casamento.
Ponte Romana de Tavira
Em Tavira existe um rio que tem dois nomes, de um lado da ponte chama-se Rio Gilão e do outro lado da ponte chama-se Rio Séqua. Reza a lenda que existia um rei mouro em Tavira cuja filha se chamava Séqua e se apaixonou por um cavaleiro cristão chamado Gilão. Vivendo um amor proibido, todas as madrugadas se encontravam em cima da ponte. Uma madrugada foram surpreendidos por ambas as facções e acabaram por se suicidar. A princesa Séqua atirou-se para um dos lados da ponte e o cavaleiro Gilão atirou-se para o outro lado da ponte, caindo os dois ao rio que acabou batizado em sua homenagem.
Comentários