Cresceu a ver o o avô a viajar, algo que não era muito habitual na época, e aos 24 anos fez a primeira grande viagem a solo pela Tailândia. Desde então, Andreia Costa, natural de Lisboa, tem viajado pelo mundo, sempre de máquina fotográfica na mão, à procura de paisagens naturais incríveis e experiências marcantes.

Como/quando começou o “bichinho” das viagens?

O bichinho das viagens talvez tenha começado com o meu avô que há 80 anos já percorria o mundo. Andava pelo Japão, Rússia, Estados Unidos. Se pensarmos que naquela época sair de Lisboa e ir até ao Porto podia levar umas sete ou oito horas, viajar assim pelo mundo era algo invulgar e quase ninguém tinha essa oportunidade. Cresci a vê-lo viajar, e penso que foi aí que comecei a ganhar interesse pelas viagens.

Aos 24 anos, resolvi viajar até à Tailândia e fiz assim a minha primeira grande viagem. Estive 23 dias sozinha a percorrer o país. Toda a viagem foi programada por mim. Penso que tenha sido nessa altura o grande ponto de viragem, no que toca a viagens.

De que forma tenta inspirar os seus seguidores no Instagram?

O meu Instagram tem muito de fotografia e de viagens. Sou fotógrafa de paisagem e natureza e isso faz com que consiga conjugar ambas as paixões.

Para além de partilhar as fotografias que faço, tento sempre mostrar os bastidores dessas imagens, que muitas vezes são feitas em viagens ao redor do mundo ou tento mostrar como são feitos os planeamentos.

Gosto de destacar a importância de viajar com consciência

No decorrer das viagens, compartilho histórias autênticas, dicas práticas e momentos especiais, sempre com o objetivo de transmitir que qualquer pessoa pode viver experiências incríveis, seja perto de casa ou do outro lado do mundo.

Gosto de destacar a importância de viajar com consciência, respeitando as culturas locais e valorizando o impacto positivo que podemos causar.

Além de viajar, gosta muito de…

Fotografia, natureza, praticar desporto, cinema e os clássicos que é estar com a família e amigos.

Viagens mais marcantes e porquê?

Quase todas, se não, todas.

É difícil responder a esta pergunta porque todas foram programadas por mim de forma independente, nunca tive uma agência de viagens a tratar-me das viagens, nem dos programas que queria fazer, por isso todas as viagens foram feitas com algum propósito.

Diria que a Índia talvez tenha sido uma das viagens mais marcantes pela dificuldade que foi organizar a viagem. Normalmente, tenho o plano A, B e C, mas na Índia vi-me obrigada a ter o alfabeto todo.

Escolhia também a Tailândia, por ter sido o país onde fiz a minha primeira viagem e foi onde tive o meu primeiro choque cultural.

Destino que quer regressar e porquê?

Brasil. Adoro o Brasil e já estive umas quatro vezes, mas sempre em lugares diferentes. Sinto que o Brasil tem tanta coisa para ver e tudo tão diferente que dá vontade de regressar a qualquer momento. É como se tivéssemos vários países dentro do mesmo país.

Maior peripécia, susto ou experiência marcante que já passou em viagem?

Já me aconteceu muita coisa, mas penso que uma das mais marcantes foi, por exemplo, descobrir à uma da manhã, em plena estação de comboios na Índia que o bilhete que tinha comprado para uma viagem noturna de comboio não ia acontecer porque o comboio tinha sido cancelado. Depois de ter estado quase duas horas à espera que o comboio aparecesse, ainda fui tentar falar com algum funcionário da estação que, ao fim de uma hora, lá me atendeu para dizer que tinha que preencher um formulário, sem uma única palavra em inglês, para ter direito ao reembolso do bilhete e, no fim, descobrir que ia receber 50 cêntimos de reembolso.

Outra situação foi ter comprado o voo interno que liga Manila para Cebu nas Filipinas, e, supostamente, quando aterraria em Manila, vindo do voo internacional, teria de apanhar o voo interno para começar a viagem. Tinha feito o check-in ainda em Portugal e fui consultar o cartão de embarque porque precisava de confirmar quanto tempo tínhamos de escala. Quando me deparo que tinha comprado o voo para o dia anterior ao dia em que chegava a Manila. Não contei com a diferença horária e lembro-me que a melhor opção foi sair do voo, buscar as malas, ir comer e pensar nas soluções.

Dica ou conselho para quem quer começar a fotografar em viagem.

Comece com o equipamento que tem. Seja ele uma câmara, uma powershot ou até mesmo com o telemóvel. Não é necessário investir milhares de euros em equipamento caro para capturar momentos incríveis.

O mais importante é treinar o olhar e aprender a observar. Prestar atenção nos detalhes, nas cores, texturas e no jogo de contraste entre sombra e luz e ao que está ao nosso redor. E, acima de tudo, ser paciente.

Fotografia requer estudo, por isso investir num curso de fotografia faz todo o sentido para entender a parte técnica.

Lugar preferido em Portugal.

Portugal tem muitos lugares fantásticos mas, pelo contacto que gosto de ter com a natureza e fotografia, a minha resposta é Açores.