Talvez por ter chegado de noite, à primeira vista, achei Varsóvia uma cidade triste, cinzenta e fria. Perto do meu hotel, o Palácio da Cultura e da Ciência - um edifício do tempo soviético - dava-lhe uma aparência austera. Mas isso foi mesmo só a primeira impressão. Varsóvia (e a Polónia, no geral) foi uma boa surpresa para mim, revelando-se uma das metrópoles mais interessantes da Europa central, cheia de contrastes inspiradores e contradições inesperadas, com uma cultura rica e muita história.

Quando cheguei já era bem tarde e por causa da hora estava hesitante em usar o comboio que liga o aeroporto ao centro da cidade, mas, como o meu hotel ficava perto da estação central, resolvi arriscar e em boa hora o fiz porque o comboio era super seguro e rápido.

Depois de uma noite bem dormida e do estômago aconchegado por um belo pequeno-almoço, iniciei a exploração da cidade com um passeio a pé pelo centro histórico da capital polaca.

Esta área pitoresca, impecavelmente reconstruída após a II Guerra Mundial, tem um lugar na lista dos Patrimónios Mundiais da UNESCO e tem imensos pontos de interesse.

Um deles - a Praça do Mercado - remonta ao século XIII, onde costumava ser o centro da vida pública de Varsóvia, acolhendo discursos políticos e execuções. Hoje, continua cheio de vida, com artistas de rua, lojas de souvenirs e bons restaurantes.

Temos depois o Castelo Real, a Fortaleza (Barbican), o Grande Teatro (que funciona como ópera e casa do Ballet Nacional) e vários museus.

Os mais interessantes para mim foram o Museu da Literatura e o Museu Histórico de Varsóvia. Gostei especialmente do Museu da Literatura que abriga uma colecção de retratos, manuscritos e outros itens valiosos ligados à literatura polaca.

Ainda no centro histórico experimentei uma cerveja local com xarope de framboesa. Esta bebida servida tipicamente com uma palhinha é muito popular na Polónia durante o verão. É refrescante e diferente mas não sei se repetiria, o sabor não me convenceu.

Existem walking tours gratuitos pelo centro histórico que nos dão bastante informação sobre o local e terminam com um shot de vodka. Eu recomendo a Orange Umbrella Tour.

Uma coisa que chamou muito a minha atenção em Varsóvia foram os vários estilos arquitectónicos que consegui identificar, desde o período medieval até o barroco, o século XIX, o modernismo e a Bauhaus. As cicatrizes da Segunda Guerra Mundial ainda são visíveis em alguns edifícios, e as impressões soviéticas são omnipresentes.

Varsóvia é uma cidade grande, mas para quem gosta de andar é possível chegar a muitos dos locais turísticos a pé. Mas, se preferirem não se cansar muito, a cidade tem um extenso sistema de transporte público que funciona bastante bem.

Além do centro histórico, destaco também: Museu Chopin, POLIN - Museu da História dos Judeus Polacos, Palácio da Cultura e Ciência e Copernicus Science Center.

Uma nota final para a culinária polaca. Esqueçam a dieta aqui, há muitos petiscos para experimentar desde os pierogi, deliciosos pasteis de massa recheados de batata e requeijão, passando pelos kołduny (pasteis de massa recheados com carne), os zrazy (bifes finos enrolados com vários tipos de recheio), até aos crepes de queijo dos bares de leite (milkbars) - outra herança dos soviéticos.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World

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