Por André Rubim Rangel
1. OCEANOGRÀFIC
Este oceanário, radicado no complexo arquitectónico vanguardista da ‘Cidade das Artes e das Ciências’ e com uma média de milhão e meio de visitantes por ano, é o maior da Europa em termos de: espaço, quantidade de animais (16.000) – 500 espécies diferentes e 45.000 seres vivos – e de litros de água.
De referir que possui 16 golfinhos, havendo inclusive no Oceanogràfic uma fundação que está a fazer um estudo sobre os comportamentos dos golfinhos, como se comunicam e se integram na vida marinha e selvagem, em conjunto com os pescadores.
Além dos golfinhos, outra grande atração são as belugas (erradamente chamadas de “baleias-brancas”), as únicas existentes na Europa. Vieram de um aquário da Argentina, mas este, ao fechar, cedeu-as para o Oceanogràfic. Têm agora uma cria macho, uma das duas únicas no mundo (a outra é fêmea e está no Japão). O pai é o maior da família (cerca de 3 metros) e o mais pesado (à volta de uma tonelada e 200 kg).
2. BIOPARC
Este jardim zoológico tem um conceito de «zoo-imersão», permitindo contemplar os animais sem jaulas nem barreiras visuais, numa recreação da “natureza selvagem”. Também por isso, e por toda a sua dinâmica concepção, faz com que seja considerado um dos 10 melhores parques de animais do mundo. A incorporação dos recintos multi-espécie e profundidade visionária possibilita vislumbrar, desde um mesmo ponto, diferentes espaços e proporciona que se desfrute duma experiência única diante de tantos animais, como se estivéssemos nos lugares originários das espécies. O mesmo acontece no restaurante do Bioparc, em que podemos obter ótimas refeições, na esplanada exterior, lado a lado com a fauna ali presente.
3. PALAUS DE LES ARTS REINA SOFIA
Este é um edifício imponentemente monumental – com 40.000 m2, 75 m. de altura e 12 pisos – dedicado às artes e à elevação cultural. É uma obra do arquiteto Santiago Calatrava, inaugurada em outubro de 2005 (também a comemorar o seu aniversário) e que conta com os seguintes materiais principais: cimento branco, areia branca da rocha valenciana, metal e a cerâmica, produzida num terreno junto ao aeroporto. Aqui há uma técnica do mosaico clássico, parecido ao modernismo catalão de Gaudí que influencia bastante o estilo encontrado no artista do Park Guell, em Barcelona. As formas redondas falam-nos do movimento que circunda e “inunda” o edifício, que tem salas para comportar quatro espetáculos distintos e em simultâneo.
4. GASTRONOMIA
Valência é também uma cidade encantadora pelos seus famosos saberes culinários e sabores alimentares, nomeadamente a autêntica paella, ora à valenciana ora a de marisco, para quem preferir – como eu. Há, igualmente, a de verduras.
Há também outra referência originária de Valência que obrigatoriamente desperta a nossa atenção e o nosso paladar: a refrescante e deliciosa bebida horchata de chufa, com denominação de origem («Chufa de Valencia»). A chufa pode ser cultivada caseiramente, colocando-se 2 a 3 sementes na terra, sobretudo de março a maio.
É de realçar, ainda, os fantásticos gelados artesanais Llinares, no início da Plaça de la Reina, existentes desde 1930. Eles são subcampeões do mundo da gelataria. E, na verdade, comprovam-no nas largas dezenas de sabores que têm todos os dias, dos quais destaco os gelados de violeta e o de chufa.
5. O CENTRO HISTÓRICO ANTIGO
Esta cidade tem 2000 anos, sendo de origem romana. Nessa área vê-se ainda saliente a via Augusta, que ligava Gibraltar a Roma. A Valência romana assistiu à guerra civil romana entre os generais de César e Pompeio, que aí esteve e que destruiu a cidade. E no ano 304 d.C. teve o seu primeiro mártir, S. Vicente, o primeiro com esse nome na história da Igreja Católica.
Aqui pode encontrar-se o bonito Mercado de Colon, de 1914 e da autoria do arquiteto Francisco de Mora mas com influência gaudísta, conservando o seu estilo moderno e destacando-se o teto, em bronze. Pela rua de Cólon estendia-se a antiga muralha, por onde circulavam os cavalos, e percorrendo-se o jardim del Parterre, encontram-se duas frondosas árvores de magnólias com 200 a 300 anos.
A Catedral merece também uma visita: levou 500 anos a construir, com uma torre de 60 m. e dividida nos estilos românico, barroco, gótico e neoclássico. A grande relíquia que contém é o cálice utilizado por Jesus na última ceia, o original conservado e autenticado pelo Vaticano, que depois de escondido muitos anos na cova de S. Juan de La Peña (Huesca, aos Pirineus), chegou a Valência no séc. XV.
Uma outra igreja extraordinária é a de San Nicolás, com os seus belíssimos frescos e chamada em Espanha de “Capela Sistina Valenciana”. Foi construída sobre uma mesquita, cuja base foi aproveitada (tal como aconteceu com a generalidade das mesquitas locais convertidas em igrejas medievais e depois clássicas).
Para terminar, um agradecimento aos apoios concedidos nesta viagem de imprensa: sobretudo à ‘Visit Valencia’ e à Amaya; e, também, ao Hotel Dimar e aos restaurantes La Moma e La Lola.
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