O Japão é a nação, em termos de independência política, mais antiga do mundo. Contudo, os portugueses colonizaram algumas zonas japonesas em 1543. Não durou muito dada a organização exímia desta sociedade desde sempre. Mas o catolicismo aqui é praticado, coexistindo com o budismo, graças aos portugueses.

Decidi que tinha de conhecer o menos explorado e menos esperado no Japão: praias de Okinawa. Tem imensas ilhas bafejadas pelo mar das Filipinas e são absolutamente imperdíveis. A cada minuto ia à janela do hotel e surpreendia-me com a beleza das cores azuis e verdes do mar, os rochedos que parecem desenhados; as montanhas à volta e a areia branca muito fina.

Mais surpreendente e procurado: praias virgens. São quase todas. Okinawa tem várias áreas que pode selecionar para encontrar praias seguras e paradisíacas. São exatamente como as das Filipinas (comprovo por experiência própria). Escolhi a região de Nago e percorri três ilhas.

Embora aspetos haja a notar: apesar de indicarem Kouri como uma ilha apetecível, em Nago são muito melhores e mais bonitas. Não recomendo mesmo Kouri. É muito bonita, mas não consegue nadar por causa do solo mais rochoso.

Em qualquer uma que fui havia salva-vidas muito atentos. Aliás, demasiado. Os japoneses são muito pontuais e responsáveis. Por exemplo, na estrada conduzem tão devagar que me causou impressão. Mesmo na via rápida. Fiquei a saber que é por segurança. E muito cultural.

No Japão: praias que são um paraíso desconhecido
créditos: Sandra Figueiredo

São muito hospitaleiros, limpíssimos e de uma cortesia exemplar, mas não conte com uma comunicação fácil em Inglês. Aliás, torne isso num bom motivo para aprender japonês. Eu estou a fazê-lo! Aconselho a estar sempre com o google tradutor já com as perguntas prontas. Só assim vai conseguir entender-se com os amorosos japoneses. Eles são muito afáveis e usam a mímica para auxiliar. Até boleia nos dão quando percebem que uma ocidental se perdeu.

Foi o caso numa das praias muito procuradas: heart rock. Um casal conduziu-me até aos rochedos que têm uma forma de coração humano. O mar dança em volta, mas há horas em que pode ir com maré baixa e capta melhor os ângulos dos rochedos. Gigantes e que me lembraram a rocha famosa/templo Tanalot de Bali. Vá, tenho de ser sincera: o Japão supera Bali em rochedos e em praias sem dúvida alguma.

Para se deslocar em Okinawa só o pode fazer de carro, nas ilhas. Não na cidade de Okinawa. E para tal aconselho a melhor guia que poderia ter encontrado: @kalunojapao. E que fala Português.

A Kalu é brasileira e já vive há tempo suficiente no Japão para nos conduzir com toda a segurança e sem nos preocuparmos com stress de comboios ou tempo. É certificada e foi ela que me reservou todos os transfers e me indicou o melhor. Deixem de ler as típicas dicas de blogues sobre o Japão senão vão perder muita coisa. A Kalú sabe como nos colocar nos sítios certos de acordo com o tempo que temos.

Quanto a preços, sim, o Japão é um destino muito caro. Mas sobretudo nas deslocações, não na hospedagem, nem na alimentação sequer. Há mitos a desconsiderar mesmo. Os transfers é que são absurdos de caros. Também nisso foi a Kalú que nos salvou.

Saber algo: cuidado com exposição das suas tatuagens caso as tenha. Não as permitem nas praias. Tem de se cobrir. Motivo: é encarado como um desafio similar aos Yakuza, na perspetiva japonesa. Se forem tatuagens grandes, claro.

Agora que relaxei, vou embarcar para várias e conhecidas cidades. Aliás vim para proferir uma conferência em Kyoto (Quioto). Daí cá estar e a adicionar uns dias à estadia.

Não abordarei todas as cidades. Mas, no próximo artigo saberão qual o destino exótico e bem "maiko" para onde estou, mesmo agora, a ir! Oito horas à frente de Lisboa.