O Myanmar é uma experiência única e muito boa, mas Mrauk-U ainda consegue ser melhor. Estou muito grata pelo facto de o ter visitado agora, enquanto não é turístico de todo. Como um lugar destes não é conhecido por mais pessoas? Ainda bem que não o é, pois é isso que o torna tão especial.
Talvez o acesso por terra seja um dos fatores que não ajuda. A viagem de Bagan para Mrauk- U de autocarro durou cerca de 18 horas. Ok, 18 horas num autocarro é muito tempo, mas o pior nem é o tempo da viagem, é mesmo o caminho, já que 8 dessas 18 horas foram em curvas e contracurvas. Sim, literalmente 8 horas a fazer curvas. Já tinha lido que a viagem para lá não era fácil, mas, só depois de a ter feito, sinto que não é mesmo fácil de todo.
Em geral, as estradas no Myanmar são más, e esta não é excepção. Na estrada só cabe um carro de cada vez, pois é essa a largura do alcatrão. Cada vez que cruzamos outro veículo em sentido contrário, o autocarro tem de se de desviar para a parte de terra cheia de pedras e buracos. O caminho é entre as montanhas, portanto para além de contínuas curvas e contracurvas, há ainda subidas e descidas. É uma viagem dura para um autocarro, portanto fico muito feliz de ele lá ter chegado ao destino sem nenhum percalço.
Para quem costuma enjoar em viagens de autocarro, esta seria muito complicada. A viagem é feita de noite, mas não é possível dormir muito. Se fosse agora tinha tomado um comprimido para dormir o caminho todo, pois estar acordado com tanta curva não é "pera doce".
Já na viagem de volta o meu maior desejo era não andar mais de autocarro nos próximos dias. Sim, é verdade, este caminho tem de ser feito para lá chegar e para sair de lá, mas a viagem de volta para Yangon é ainda mais longa: cerca de 20 horas. Esta sim deixou-me num caco, talvez por ser de dia e ter aguentado estas 8 horas de curvas todas acordada.
Isto pode parecer mau, mas o facto de ter explorado Mrauk-U compensou isto tudo e muito mais. Se estava encantada com o Myanmar, este sítio só ajudou ainda mais. Consegue ser mais mágico e místico que Bagan. Um paraíso para lá das montanhas. Mas isso será tema para a próxima crónica que poderão ler em breve no SAPO Viagens e no blogue While You Stay Home.
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