A ascendência francesa faz-se notar a cada detalhe. Só que não está sozinha. Montreal revela ainda traços culturais irlandeses, ingleses e escoceses. Uma cidade recheada de contraste, que combina o contemporâneo com o tradicional, sem esquecer uma grande preocupação com o ambiente.

Locais com história

Montreal: a vibração da América do Norte com um toque europeu
créditos: Gribeco/CC BY-SA 3.0

Uma vez no centro da cidade, vale a pena conhecer alguns spots recheados de tradição. É esse o caso da Câmara Municipal. Inspirado no congénere da cidade francesa de Tours, o edifício projetado por Henri-Maurice Perrault e Alexander Cowper Hutchinson, dá largas ao estilo ao estilo do Segundo Império, surgido durante a época de Napoleão III. Construído entre 1872 e 1878, é desde 1984 um sítio histórico nacional. Não menos famoso e antigo é o Marché Bonsecours. O mercado público foi inaugurado em 1847 e mesmo que o estilo seja hoje bem diferente do original, ainda conserva a sua impressionante arquitetura. Para além de muito fotogénico, oferece galerias e lojas bem como bares e restaurantes que o tornam perfeito para uma experiência gastronómica. Como não há duas sem três, passe pela rua Saint-Paul, a primeira de Montréal. Datada de 1672, destaca-se pelos seus magníficos edifícios antigos, lojas e restaurantes. Aproveite o facto de ser uma rua pedonal para fazer uma boa caminhada e apreciar todos os detalhes arquitetónicos com a atenção que merecem.

A Basílica e o Oratório

Montreal: a vibração da América do Norte com um toque europeu
créditos: Yi-Liu/Unsplash

Imprescindível em qualquer roteiro, a Basílica de Notre Dame de Montreal é um local de rara beleza e peculiaridade. Inaugurada em 1829, está entre os mais antigos exemplares da arquitetura neogótica, destacando-se pelos fantásticos detalhes das portas, janelas, torres e paredes. Preste especial atenção ao teto azul com estrelas douradas e aos vitrais que contam a história da cidade. Mais recente (de 1904) é o Oratório Saint-Joseph du Mont-Royal. Inicialmente pensada como uma pequena capela, acabou por transformar-se numa basílica tal foi a afluência de visitantes. Para além do segundo maior domo do mundo, perdendo apenas para a Basílica de São Pedro no Vaticano, o Oratório convida a um passeio pelo bosque limítrofe, onde é recriada a Via Sacra.

Da Biosfera às Belas-Artes

Montreal: a vibração da América do Norte com um toque europeu
créditos: Matthieu Joannon/Unsplash

Rume à ilha de Santa Helena e descubra a famosa Biosphère. Orgulhosamente implantado no Parc Jean-Drapeau, o edifício foi construído para a Exposição Universal de 1967 e deve a sua popularidade à cúpula geodésica com 62 metros de altura e 76 metros de diâmetro criada por Richard Buckminster Fuller. Um dos pais do pensamento ambientalista contemporâneo, o arquiteto dos Estados Unidos teve em mente a coabitação entre a espécie humana e a natureza e é a essa relação nem sempre pacífica a que o museu aqui instalado se dedica. Para além de espaço de exposições, a Biosfera alberga entre outras infraestruturas, um jardim interior e um miradouro panorâmico. Montreal tem inúmeros outros museus, mas se o tempo não der para conhecer muitos, dê prioridade ao de Belas-Artes. O MMFA foi fundado em 1860, sendo o mais antigo museu de arte do Canadá e um dos mais importantes da América do Norte. A sua coleção conta com peças não apenas canadianas, mas também internacionais, expostas sob uma perspetiva crítica e intercultural. Ao todo são 45 mil pinturas, esculturas, exemplares de artes gráficas, fotografias, instalações multimédia e objetos decorativos dispostos em 80 galerias ao longo dos cinco pavilhões que compõem o museu. O MMFA inclui ainda uma sala de concertos, um auditório, um cinema, loja e livraria, bem como um jardim público com esculturas.

O Parque Olímpico

Montreal: a vibração da América do Norte com um toque europeu
créditos: Acarpentier/CC BY 3.0

Montreal foi palco das Olimpíadas de 1976 e o local onde estas decorreram continua a atrair visitantes e locais. Entre as estruturas que aqui se encontram está o Biodome, um verdadeiro oásis no coração da cidade, que oferece uma visita pelos cinco ecossistemas das Américas. Este é um dos poucos sítios do mundo a reproduzir com tanta precisão a complexidade do ambiente e as interações entre animais e plantas. Anote o Biodome no seu roteiro, quer viaje no verão ou no inverno, ideal para uma tarde em família. A dois passos encontra a Montréal Tower, a maior torre inclinada do mundo. Sim, mais ainda inclinada do que a Torre de Pisa. Com 165 metros de altura e um ângulo de 45 graus, merece bem uma visita ao topo. A viagem é feita de funicular e dura uns meros dois minutos. Coloque a câmara a postos, que a vista vale a pena!

O Velho Porto

Montreal: a vibração da América do Norte com um toque europeu
créditos: Galaad Aerilys/Unsplash

Com mais dois quilómetros de extensão ao longo do rio Saint-Laurent, esta é uma zona bem animada. Usado desde pelo menos 1611, o porto era um importante local de troca de produtos, tendo sido daqui que a cidade começou a expandir. Hoje é um dos spots mais turísticos de Montréal, recebendo cerca de seis milhões de visitantes todos os anos. Lojas, restaurantes e um cinema ocupam a área, mas a estrela será mesmo a Grande Roue de Montréal. Suba aos 60 metros de altura numa das suas 42 cabines e desfrute de uma vista única da cidade. O Vieux-Port é ainda um excelente local para fazer uma caminhada ou andar de bicicleta, sobretudo durante os meses mais amenos. De inverno, é imprescindível colocar os patins e experimentar a pista de gelo. Eventos também não faltam por aqui ao longo de todo o ano: de festivais de karaoke a festas de réveillon, com destaques para espetáculos do Cirque du Soleil, famosa companhia originária de Montréal.

Parque do Mont-Royal

Montreal: a vibração da América do Norte com um toque europeu
créditos: Laurent Bélanger/CC BY-SA 4.0

Um dos maiores símbolos da cidade, o parque do Mont-Royal partilha com o Central Park de Nova Iorque a assinatura de Frederick Law Olmsted. Inaugurado em 1876, continua hoje a encantar locais e visitantes com os seus fabulosos 200 hectares recheados de biodiversidade e beleza natural. Este espaço localizado nas montanhas que deram origem ao nome da cidade é muito procurado pelos habitantes de Montreal para a prática da corrida, passeios de bicicleta ou de barco, patinagem ou esqui. A observação de aves e os piqueniques são também muito apreciados. Uma das grandes atrações do Mont-Royal é o Kondiaronk, um miradouro que oferece uma vista panorâmica sobre a cidade, à qual se junta o Chalet du Mont Royal, um edifício de pedra que aloja uma cafetaria.

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