Estivemos no Mar Morto pela primeira vez há cerca de sete anos. Tinha nevado no dia anterior (eu sei, para mim também foi um choque saber que nevava naquelas paragens), estava frio e vento mas nem isso me impediu de entrar na água e flutuar como é da praxe. Fiquei uma semana a parecer um bacalhau seco por nadar num dos lugares mais salgados do mundo e nem um creme colocar no fim... O Mar Morto é 9,6 mais salgado do que o mar, com uma percentagem de 342 g/kg, ou 34.2%, o que faz com que a sensação não seja a de estar na água mas mais numa espécie de óleo.
E, pequena curiosidade, não é um mar, mas sim um lago. Lago esse que é o ponto mais baixo da terra a mais ou menos 400 metros abaixo do nível das águas do mar. No entanto é um lago sem vida, se excluirmos algumas bactérias e fungos.
Um dos motivos para termos voltado ao Mar Morto era podermos fotografar a árvore do Mar Morto. E perguntam vocês, uma árvore? Mas o Mar Morto não tem vida… bem, na verdade esta árvore é uma criação artística de um habitante local e chama-se “Dead Tree in the Sea of Life”. Está efetivamente numa ilha de sal natural mas as raízes estão dentro de terra e protegidas da salinidade.
Todos os dias o artista agarra no seu paddle e rema até à ilha para cuidar da árvore.
Logística para chegar à árvore:
Encontram a ilha de sal com a árvore entre Ein Bokek e Neve Zohar, na parte israelita do Mar Morto. Se vierem de carro estacionem em frente ao Herods Hotel (31° 10’ 13.056” N 35° 22’ 20.538” E).
O melhor sítio para começar a nadar até à ilha é caminhar até ao fim do passadiço/pontão em frente ao hotel e finalmente entrar no mar para fazer os cerca de 120/150 metros a nado.
Não obstante ser fácil flutuar no Mar Morto nadar é toda uma outra história. Para mim, o que resultou melhor foi nadar de costas e fazer movimentos largos e laterais com os braços sempre com o cuidado de não chapinhar água para a cara alternando com nadar quase de pé e ir “pedalando”. Ainda assim levou uns 15/20 minutos para cada lado e eu sou uma boa nadadora…
Levar óculos de natação é também uma boa ideia pois minimiza o risco de a água salgada entrar nos olhos.
Aproveitem para explorar as muitas outras ilhas de sal um pouco por todo o lado para além desta. Todas elas dão excelentes oportunidades fotográficas e muitas são de fácil acesso junto à costa.
A regredir ao ritmo atual de 1 metro por ano estima-se que em 40 anos o Mar Morto terá praticamente desaparecido. Por isso despachem-se a visitar a ilha.
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Artigo originalmente publicado no blogue Mundo Magno
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