Depois do meu último grande desafio de tentar sair de El Salvador que contou ainda com a passagem pelas piores fronteiras terrestres que alguma vez pude experienciar (de El Salvador para Honduras, e de Honduras para a Nicarágua), chego, finalmente, à terra de vulcões e lagos impressionantes. Diz a sua gente que os chineses estão a tentar fazer deste país rodeado por água o mesmo que os EUA fez com o Panamá, um canal para encurtar a distância e com isso ganhar algumas vantagens por estas terras.

Decidi começar por explorar as duas maiores cidades coloniais deste país, León e Granada. Foi nesta primeira cidade que, em voz de sussurro, o guia da free walking tour nos relatou a situação do seu país. A realidade é dura e vazia de turistas, o que poderia ser contornada se o governo não impusesse tanta burocracia à entrada.

Esse relato levou-me ao dia em que passei 12 horas no autocarro da Tica Bus e ouvi uma senhora do assento atrás de mim perguntar à pessoa ao lado se 2000 tinha dois zeros ou se tinha três. Achei aquela pergunta curiosa e ficou-me na memória.

Uns dias mais tarde, quando partilhava táxi com uma senhora que ia levar o filho de 10 anos à escola, escutava a história que esta contava ao taxista, que o filho lhe pedira muito para voltar a estudar e que ela desde setembro que juntava dinheiro para que assim acontecesse. Foi aí que comecei a entender o que significa apenas 20% da população nicaraguense ter acesso à escola. E que isso não está relacionado com o respeito pelo próximo e a generosidade.

A minha terceira e última paragem foi na ilha de Ometepe, onde decidi praticar turismo rural comunitário, tendo sido uma experiência social fantástica: ser recebida como família, trocar experiências à mesa e brindarem-me com a sua comida. Sem falar dos belíssimos pôr do sol no Lago Cocibolca.

Pôr do sol no Lago Cocibolca
créditos: Margarida Coelho

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