O Sultanato de Omã alberga alguns dos mais importantes locais de nidificação de tartarugas do mundo e milhares delas migram anualmente das águas quentes do Golfo Pérsico (e não só) para desovar nas suas praias costeiras.
Os locais de nidificação das tartarugas encontram-se ao longo de toda a costa de Omã, mas as Ilhas Daymaniyat são um dos melhores locais para ver estas maravilhosas criaturas.
Este arquipélago de nove pequenas ilhas, situadas a cerca de 40 km da costa de Mascate, estão rodeadas por águas cristalinas azul-turquesa e bonitos recifes de coral. Toda a área, perfeita para a prática de mergulho e snorkel, foi designada Reserva Natural e está na lista provisória do Património Mundial da UNESCO, devido à natureza única da biodiversidade da ilha. As águas do arquipélago são o lar de muitas tartarugas marinhas, a tartaruga-verde é a mais prolífica, embora as tartarugas-de-pente também visitem a reserva.
Os locais chamam às Ilhas Daymaniyat as “Maldivas de Omã” e não é à toa. As suas praias imaculadas de areia branca fina e águas azuis-turquesa, que contrastam com as paisagens áridas da Península Arábica, recordam mesmo as paradisíacas ilhas de coral do Oceano Índico.
As ilhas só podem ser alcançadas de barco, e a forma mais fácil de as visitar é marcando uma excursão num dos hotéis do sultanato ou num dos operadores turísticos locais, que partem da Marina Al Mouj, em Mascate.
Demora pouco mais de meia hora a percorrer os cerca de 16 quilómetros do continente até ao arquipélago de Daymaniyat. Quando as ilhas começam a aparecer no horizonte, a visão pode ser um pouco dececionante porque a água em seu redor não é tão turquesa quanto esperávamos, mas a verdade é que basta o barco aproximar-se um pouco mais das praias, para o mar menos profundo, iluminado pelos raios do sol, revelar toda a sua beleza em tons vibrantes de azul. As maravilhosas águas cristalinas também mostram a riqueza da fauna local, com peixinhos coloridos e tartarugas, a aparecer imediatamente para cumprimentar os visitantes.
Quem visita em setembro, como foi o meu caso, não pode desembarcar nas praias porque entre os meses de maio e outubro o acesso foi proibido para proteger os locais de nidificação das tartarugas e das aves migratórias, no entanto, mergulhar e fazer snorkling para observar a vida marinha do arquipélago (incluindo as tartarugas e tubarões-baleia) é possível durante todo o ano.
Na Reserva Natural das Ilhas Daymaniyat o coral (ainda) não mostra sinais de stress, ou seja, ainda mantém as suas cores, não está frágil, esbranquiçado e quebradiço, como infelizmente em tantos outros locais do mundo.
As ilhas têm um estatuto de proteção total do parque natural. Não é permitida a construção de resorts e os barcos de excursão autorizados são poucos. Portanto, o recife de coral é saudável e tem de suportar apenas um stress — o calor, mas parece lidar bem com isso.
Os guias que conduzem os passeios às ilhas conhecem bem os melhores locais para avistar os cardumes de peixes coloridos e os locais onde as tartarugas se alimentam. Gostei especialmente que o guia realçasse a importância de manter uma abordagem ética nos contactos com a vida marinha local.
Em zonas muito turísticas, é comum as espécies marinhas ficarem afetadas pela atenção excessiva de “paparazzis” humanos, e mudarem o seu comportamento para evitar o assédio. O melhor que podemos fazer é deixar que venham até nós (se quiserem) e nunca tocá-las ou persegui-las.
Em Daymaniyat, por exemplo, descobri que as tartarugas tinham tanta curiosidade sobre os humanos, como nós sobre elas, aproximando-se para olhar para nós do mesmo modo que nós olhávamos para elas.
Foi uma experiência especial. Imperdível para quem visita Omã!
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