A fronteira com a Albânia ainda fica a umas horas de distância, mas quem por aqui passar facilmente poderia ficar confuso. As dezenas (centenas?) de bandeiras albanesas espalhadas pela cidade são o primeiro sinal. As feições mudam, os estilos também, os minaretes substituem as cúpulas ortodoxas e, um pouco por todas as mercearias e restaurantes, o "hvala" dá lugar ao "faleminderit".
Daqui até Ohrid, por todas as aldeias e localidades por onde passamos, a presença da águia albanesa é uma constante. E Tetovo não é exceção. A cidade tem uma atmosfera bastante... peculiar! Não que as pessoas sejam antipáticas, mas ao contrário do resto do país, por qualquer motivo não nos sentimos particularmente bem-vindos.
Alguns simpáticos lá nos interpelam, mas a maioria apenas nos lança uns olhares inquisitórios. As ruas são confusas, o trânsito caótico, e ao atravessar a rua uma senhora nos seus setentas é atropelada. Sangue por todo o asfalto e uma multidão em redor da cena. Parece que nem o acaso nos quer deixar melhor impressão.
Mas depois, eis que… entramos na Mesquita Colorida! Os poucos que por cá se aventuram, vêm de propósito só para aqui poder entrar. E facilmente nos cai o queixo no chão. É seguramente um dos interiores mais inacreditáveis que já vi, e por si só um dos destaques da Macedónia do Norte.
Sempre que entro numa mesquita, adoro deitar-me no chão a contemplar e a relaxar. Poucos locais são mais acolhedores e confortáveis. Em Tetovo, fiquei uns bons 15 minutos deitado no chão. Só em silêncio, a contemplar cada imagem, cada pintura, cada detalhe.
Não morremos de amores por Tetovo, mas a Mesquita Colorida, essa é terreno sagrado!
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