A Grande Pirâmide de Gizé é a única sobrevivente das Antigas Sete Maravilhas do Mundo — todas as outras se foram, vítimas do clima, do tempo e da destruição do homem, mas a Pirâmide de Khufu ainda lá está. Imponente, majestosa, a observar-nos de cima dos seus 4.500 anos de história. Por isso, é natural que quando alguém pensa em visitar o Egito, as Pirâmides de Gizé estejam no topo da sua lista.
Existem estruturas mais antigas no Egito (e no mundo) do que a Grande Pirâmide de Gizé, mas não há edifício tão antigo e grande, que permaneça em tão bom estado — prova da experiência de construção de Hemiunu, o arquiteto da incrível estrutura.
Muitas viagens começam na nossa imaginação, e a realidade nem sempre corresponde ao que imaginamos, as expectativas pessoais são obviamente muito subjetivas, mas acredito que a Grande Pirâmide não desilude ninguém. É verdade que não está no meio do deserto, como muitos ainda pensam e que bem perto dela exista toda a imensa cidade do Cairo, mas a escala da estrutura em si, é impressionante. A dimensão de cada uma das pedras que a compõe é absolutamente incrível!
Convém recordar que quando as pessoas falam sobre as Pirâmides do Egito, quase sempre estão a falar sobre as Pirâmides de Gizé e quando falam sobre a Grande Pirâmide estão a falar sobre a maior de todas, aquela que também é conhecida como Pirâmide de Khufu ou Quéops (conforme se usa o nome egípcio antigo ou o nome grego antigo).
A pirâmide de Khufu é a mais antiga e a maior das Pirâmides de Gizé, mas curiosamente não parece a maior. A segunda mais antiga — a Pirâmide de Khafre ou Quéfren (como os gregos mais tarde a chamaram) parece um pouco maior, tanto pessoalmente, quanto nas fotografias, mas a verdade é que é mais baixa que a Grande Pirâmide.
A ilusão ótica é causada pelo facto da pirâmide de Khafre (a pirâmide do meio) ter sido construída num terreno mais alto do que o da pirâmide de Khufu. Foi uma espécie de truque inteligente que Khafre usou para tornar a sua pirâmide mais proeminente, sem desonrar o pai.
A terceira pirâmide que vemos em Gizé é a Pirâmide de Menkaure. Esta só foi construída mais tarde, mas Menkaure também arranjou uma maneira inteligente de fazer a sua pirâmide menor se destacar: mandou construi-la em granito vermelho, em vez de em calcário branco. A maior parte desse belo granito já desapareceu há muito tempo, mas ainda existem alguns pontos na pirâmide onde podemos ver o granito vermelho original preservado.
Além das três pirâmides dos faraós, há ainda mais seis pirâmides, estas pertencentes às rainhas. Três estão ao lado da pirâmide de Menkaure e três estão ao lado da pirâmide de Khufu.
Portanto, em Gizé, há um total de nove pirâmides, embora nem sempre consigamos ver todas na maioria das fotos.
Vale a pena entrar na Grande Pirâmide?
Depende da expectativa. Muitos acham essa parte da experiência um pouco dececionante porque, embora o interior possa em tempos ter sido decorado do chão ao teto com ouro e riquezas, nenhum desses tesouros sobreviveu, e hoje quem lá entra apenas encontra paredes vazias…
Na minha primeira visita, entrei por esse caminho escuro e sufocante e, sinceramente, achei que não valeu a pena o esforço, por isso, desta vez não repeti.
Outros visitantes porém ficaram muito felizes com a ideia de entrar no monumento antigo mais famoso do mundo e gostaram da experiência. Depende muito de cada um.
Bem mais interessante é entrar na tumba do arquiteto Hemiunu, que fica perto da pirâmide de Khufu e contém relevos da sua imagem e vários hieróglifos esculpidos nas paredes.
De certo modo, posso dizer que, desta vez, apreciei melhor o Planalto de Gizé, porque não tive de enfrentar a multidão de turistas que antigamente ocupavam o local e as centenas de vendedores ambulantes que não te largavam até conseguir fazer uma venda.
O lugar está mais sossegado, mais tranquilo e isso, claro, só o beneficia e mostra a importância do turismo sustentado.
Espreitem o destaque "Egypt" na minha página de Instagram para ver a viagem a este país e sigam as stories nesta rede social, para inspiração e ideias para passeios, férias e fins de semana.
Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
Comentários