
Doha representa a fusão perfeita entre a herança cultural e a modernidade. Projeta-se como uma metrópole voltada para o futuro, com investimentos robustos em infraestrutura, ciência e educação, mas preserva as antigas tradições em locais como o Souq Waqif ou o mais distante Souq Wakrah, onde o comércio tradicional e os costumes antigos ainda moldam o dia a dia de muitos moradores, e a arquitetura islâmica e a religião mostram como o passado continua a ser um importante pilar da identidade catari.
Entre os ícones da arquitetura contemporânea está o Museu Nacional do Qatar. Projetado por Jean Nouvel, este edifício é inspirado em formações naturais conhecidas como "rosas do deserto” (formações minerais que “crescem” em terrenos arenosos, criando pequenas flores de areia cristalizada). O museu é uma escultura monumental que abriga exposições sobre as origens e história do país, convidando os visitantes a conhecer melhor o Qatar.
Outro destaque é o Museu de Arte Islâmica, assinado pelo famoso arquiteto I.M. Pei, que combina linhas modernas com elementos clássicos da arquitetura islâmica, criando uma ponte visual entre séculos de tradição e inovação.
Cadeias de hotéis de luxo como Raffles, Fairmont e Mondrian também desempenham um papel crucial na consolidação do cenário moderno de Doha, tanto no horizonte urbano quanto na perceção internacional da cidade. Estes empreendimentos não se limitaram a oferecer hospedagem de qualidade aos visitantes mais exigentes, mas surgiram como marcos arquitetónicos que redefiniram a linha do horizonte da capital catari, refletindo uma estética audaciosa, que incorpora formas geométricas ousadas, fachadas imponentes e iluminação artística.
O design de interiores desses hotéis é igualmente uma verdadeira celebração do futurismo e da sofisticação contemporânea. Elementos como iluminação sensorial, arte digital e mobiliário com linhas arrojadas compõem ambientes que mais se assemelham a galerias de arte moderna do que a hospedagens convencionais.
Estes hotéis impulsionaram a transformação da cidade num destino global de luxo e design. Com a realização de eventos culturais, gastronómicos e artísticos, os seus espaços, contribuíram para posicionar Doha como um centro cosmopolita que abraça o futuro sem abandonar as suas raízes.
No espectro oposto estão lugares como Souq Waqif no centro da cidade ou Souq Wakrah, mais distante e perto da praia, que permanecem símbolos da antiga Doha, aquela que vivia da produção de pérolas.
Restaurados com cuidado para manter a sua autenticidade, estes velhos mercados são um labirinto de vielas, por onde passeiam dezenas de gatos e onde se vendem especiarias, tecidos, perfumes e artesanato. As fachadas em barro, as madeiras incorporadas nas estruturas, a “arish” (técnica tradicional usada nos tetos que consiste em entrelaçar folhas de palmeira), os arcos e os pátios internos evocam a arquitetura vernacular do Golfo oferecendo uma experiência sensorial que contrasta com os centros comerciais de luxo da cidade.
Durante o dia, sob o sol abrasador, os velhos mercados parecem cidades fantasma, mas à noite quando todos os catari saem à rua, ganham vida e enchem-se de barulho e confusão.
Doha é, portanto, uma cidade que não se contenta em escolher entre tradição e modernidade — ela abraça ambas com carinho convidando o visitante a conhecer ambas as facetas.
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