Existem alguns lugares no mundo que nos causam uma forte impressão. Budapeste foi, para mim, um deles.

É uma cidade romântica, elegante, cheia de charme, mas ao mesmo tempo com uma aura de dramatismo associada à sua história passada e recente que lhe dá muita personalidade e carisma.

ARQUITETURA

Ao percorrer as ruas de Budapeste não fiquei surpreendida por grande parte da cidade estar classificada como Património Mundial da UNESCO.

A arquitetura é a primeira coisa que chama a atenção: edifícios barrocos, góticos, ecléticos neoclássicos e art nouveau adornam a cidade e transformam-na num verdadeiro tesouro.
Entre as suas muitas joias destacam-se a Estação Ferroviária Ocidental (Nyugati pályaudvar), construída pela empresa Gustave Eiffel; o edifício neogótico do Parlamento Húngaro, notável pela sua enorme escala; ou a Ópera Estatal Húngara, um maravilhoso exemplo da arquitetura neorenascentista. A destacar ainda a Basílica de Santo Estêvão, um dos edifícios mais altos de Budapeste, construído em estilo neoclássico e com um interior rico em mármore e ouro; e a Sinagoga da Rua Dohány, a maior sinagoga da Europa e um edifício extremamente interessante do ponto de vista arquitetónico, graças ao seus estilo mourisco e elementos bizantinos, românticos e góticos.

Budapeste
créditos: The Travellight World

Nesta lista não pode também faltar o Bastião dos Pescadores, construído para celebrar o 1000.º aniversário do estado húngaro e a Ponte das Correntes (Széchenyi lánchíd), uma das construções mais emblemáticas da cidade e considerada a primeira travessia permanente sobre o Rio Danúbio, que liga Buda a Peste.

BANHOS TERMAIS

Esta cidade é abençoada com uma abundância de fontes termais. Desde que os Romanos se estabeleceram aqui no século I d.C. que os banhos são uma das principais atracções da capital húngara.

O leque disponível é imenso e pode-se escolher entre os estabelecimentos da era turca, art nouveau e moderna.

Os restos de Thermae Maiores, o banho público romano, foram escavados e podem ser visitados gratuitamente.
Os Otomanos - que invadiram a cidade no século XVI — gostavam particularmente das fontes termais de Buda e alguns dos hammams por eles construídos, como Rudas, Király e Veli Bej, ainda estão em funcionamento. Estas piscinas octogonais levemente iluminadas, em edifícios seculares, têm um ambiente misterioso e uma visita constitui certamente uma experiência interessante.

Os banhos mais famosos, contudo, são os que remontam ao início do século XX e aos anos dourados de Budapeste sob o Império Austro-Húngaro. Encontram-se habitualmente no interior de grandes edifícios clássicos e os seus melhores exemplos são o monumental Széchenyi e o Gellért.

Muitas pessoas frequentam os banhos para tratar a artrite reumatóide, dores musculares ou doenças de pele, mas a maioria vai apenas para se divertir e relaxar.

Budapeste
créditos: The Travellight World

O PASSADO E O FUTURO

O passado está sempre ao virar da esquina em Budapeste, às vezes em pormenores discretos como buracos de bala e marcas de estilhaços em prédios que datam da Segunda Guerra Mundial e da Revolta de 1956. Há também tristes recordações como o comovente memorial “Sapatos no Danúbio”, que homenageia os judeus assassinados no rio pelos nazis entre 1944  e 1945.

Mas Budapeste está claramente virada para o futuro e a prova disso são os famosos ruin bars (bares em ruínas) — antigos prédios soviéticos transformados em cool hotspots da noite húngara. Três dos mais conhecidos são o Corvin Club & Roof Terrace, o Mazel Tov e o Racskert.

Também não faltam grandes hotéis como o Boscolo, o Kempinski e o Corinthia. Durante a minha estadia, tive o prazer de ficar neste último e fiquei impressionada com a sua história. O hotel foi inaugurado em 1896 como Grand Hotel Royal e preserva até hoje muito do seu charme e aparência original. O filme "Grand Budapest Hotel" foi inspirado nesta unidade hoteleira.

GASTRONOMIA

Os húngaros orgulham-se da sua culinária e têm razões para isso. A gastronomia em Budapeste está definitivamente em ascensão e todas as opções podem ser encontradas. Há restaurantes, entre os quais o Café Kor, que serve pratos tradicionais como goulash e lángos, inúmeros outros vegetarianos e veganos no bairro judeu e ainda alguns com estrelas Michelin, como o Costes, conhecido por “servir arte pura” num prato.

Não há nada como um bom cocktail antes (ou depois) do jantar e na capital húngara os melhores locais para beber uma destas bebidas coloridas são o Buddha-Bar, o WarmUp e o Boutiq'Bar — uma visita obrigatória em Budapeste!

Budapeste
créditos: PxHere

É difícil explicar exactamente o que me fez apaixonar por esta cidade ou o que me deslumbrou em Budapeste. Claro que a arquitetura, os restaurantes, os museus de arte e as atracções tiveram o seu impacto, como têm em qualquer cidade, mas foi mais do que isso, foi algo mais forte…  talvez tenha sido a sua atmosfera, a energia do lugar e a simpatia do povo, que no meu coração tornaram Budapeste uma cidade tão especial.

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Texto: Ana Maria Barreto - The Travellight World