Corria o ano de 1960 quando Brasília ganhou vida. Criada durante a presidência de Juscelino Kubitschek, a nova capital foi construída em apenas mil dias. Lúcio Costa ficou encarregado do projeto urbanístico, mas para a história fica a arquitetura ‘fora da caixa’ de Oscar Niemeyer. Referência mundial em termos arquitetónicos, Brasília é a única cidade moderna a integrar o Património da Humanidade da UNESCO.
Uma torre e uma catedral
Um tour num autocarro de dois andares é a melhor forma de conhecer Brasília. Reserve uma destas viagens e prepare-se para descobrir uma cidade surpreendente. Uma das paragens é a Torre de TV Digital. Inaugurada em 2012, a estrutura foi a derradeira obra de Niemeyer e vale bem a pena uma visita. Aqui estão instaladas diversas exposições, nomeadamente nas cúpulas em forma de pétalas e ainda nas zonas ao nível do solo, estas últimas alusivas à construção da cidade. A Torre pode até marcado o final da carreira de Niemeyer, mas a sua obra-prima é mesmo a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, que lhe valeu o Prémio Pritzker em 1988. Mesmo os não-crentes irão deslumbrar-se com os 16 arcos que formam uma espécie de nave espacial prestes a levantar voo. Já no interior, é impossível ficar indiferente aos vitrais coloridos iluminados pelo sol e aos três enormes anjos de bronze que, pendurados no topo, se assumem como protetores dos fiéis. A estas esculturas de Alfredo Ceschiatti juntam-se os painéis de Di Cavalcanti, que representam a Via Sacra.
Os palácios
A arquitetura modernista de Brasília está também bem patente nos edifícios da Esplanada dos Ministérios. E o Palácio do Itamaraty distingue-se desde logo pelos arcos que compõem a fachada. Mas nem só de betão vive este edifício. O projeto paisagístico de Burle Marx dá-lhe outra vida e o espelho d´água transmite a ilusão de que o prédio é capaz de flutuar. No interior, o grande destaque é o maior hall sem colunas do mundo (2800 m2). No centro, a escada sem apoio deslumbra pela leveza e não há como não reparar nos painéis de Athos Bulcão que decoram as paredes. Ao fundo, mais um jardim de Burle Marx completa o cenário. A visita a Brasília não fica completa sem uma paragem no Palácio Presidencial, outra das majestosas obras de Oscar Neimeyer. As visitas, essas dependem do expediente, estando apenas disponíveis ao domingo. Nestas é possível conhecer as instalações, incluindo mesmo o gabinete presidencial. O palácio é ainda conhecido pela variedade de obras de arte que acolhe, mas a peça preferida dos turistas é mesmo o Rolls Royce presidencial, alvo de muitas fotografias.
O verde no meio do betão
Brasília não é só edifícios. Que diz a uma pausa relaxante no meio do verde? Se lhe parece um bom programa, siga até ao Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek. Com 420 hectares, este é o maior parque da América Latina e um dos maiores do mundo. Pode aqui ver árvores nativas e não nativas do Cerrado, aves de várias espécies e outros animais, bem como fazer um piquenique, assistir a um espetáculo ou pura e simplesmente caminhar e respirar ar puro.
Outro passeio relaxante é à beira do Paranoá, o lago artificial criado para aumentar a humidade nesta região. Ande pelo calçadão, aprecie o movimento dos barcos e dos praticantes de SUP e aproveite para beber um chope ou saborear um sushi nos bares e restaurantes da zona. Nas tardes de sábado e domingo, há catamarãs a passear pelo lago. A viagem dura cerca de uma hora e passa, por exemplo, pelas traseiras do Palácio da Alvorada. É uma oportunidade fantástica para fotografar uma das atrações mais fotogénicas de Brasília: a ponte Juscelino Kubitschek, também conhecida como Ponte JK ou Terceira Ponte.
De regresso à política, e a 30 quilómetros do centro, fica o Catetinho, um simpático museu que foi a residência do presidente Kubitschek durante a construção de Brasília. Mas desengane-se se espera opulência: este espaço é tudo menos palaciano.
Agora que já ficou com uma ideia do que lhe reserva a capital brasileira, faça a sua reserva com a TAP e boa viagem!
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