A proposta de Plano de Cogestão do Parque Natural da Serra da Estrela prevê medidas de 10,4 milhões de euros (ME) até final de 2026 em seis concelhos dos distritos da Guarda e de Castelo Branco.
O documento para valorizar aquela área protegida está em consulta pública desde ontem, dia 2, e até ao dia 30 de abril.
A estratégia proposta tem em conta o território dos seis concelhos abrangidos pelo Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), Celorico da Beira, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia (distrito da Guarda) e Covilhã (distrito de Castelo Branco), na sua totalidade, incluindo a área fora dos limites da área protegida, o que corresponde a uma área total de 237.299 hectares, 166% mais abrangente que a área protegida.
O plano prevê ações com um custo estimado de 10,4 milhões de euros a executar até dezembro de 2026.
Aprovada em 11 de março pela Comissão de Cogestão do PNSE, a proposta visa criar, desenvolver e consolidar um modelo de gestão participativo, colaborativo e articulado, valorizando esta área protegida e contribuindo para o desenvolvimento sustentável das suas populações.
O objetivo é desenvolver um plano para o PNSE com proximidade e abertura aos atores locais, de forma a contemplar seus os anseios, congregando e dando voz às populações no processo de gestão do território, e, por fim, implementá-lo de forma transparente e responsável.
A estratégia assenta em quatro eixos: classificação Reserva da Biosfera da UNESCO (eixo transversal), promover, sensibilizar e comunicar.
No conjunto das medidas elencadas está a criação da rede de transportes turísticos para mitigar a necessidade de utilização de viatura própria para acesso ao ponto mais alto da montanha.
A medida irá permitir a valorização do território e assegurar também que a capacidade de carga automóvel do Planalto Superior seja respeitada e, por conseguinte, se contribua para a proteção dos habitats únicos de montanha.
A proposta da Comissão de Cogestão prevê outras medidas para a melhoria da visitação do Parque Natural, uma rede de percursos pedestres, uma rede de festivais de montanha, novos produtos turísticos e o reforço da promoção da marca Natural.pt.
O documento preconiza ainda ações no âmbito do conceito “PNSE + Resiliente”, um programa de educação ambiental e um plano de comunicação e marketing.
A Comissão de Cogestão é presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Manteigas.
Da comissão faz também parte o diretor regional da Conservação da Natureza e Florestas do Centro, um representante do Instituto Politécnico da Guarda, outro de organizações não-governamentais de ambiente e equiparadas, designado pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente, outro da Associação Geopark Estrela, outro da Associação do Agrupamento de Baldios da Serra da Estrela Norte e um representante da Entidade Regional de Turismo do Centro.
A duração do mandato da comissão de cogestão do PNSE é de quatro anos.
O pedido de adesão ao modelo de cogestão foi solicitado ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em dezembro de 2021 pelos seis municípios que integram o PNSE.
Os contributos no âmbito da consulta pública podem ser enviados para o endereço de correio eletrónico cogestao.pnse@geoparkestrela.pt, por via postal para Associação Geopark Estrela, Ninho de Empresas de Manteigas, Rua dos Amieiros Verdes, 6260-128 Manteigas ou ser entregues em mão na sede da Associação Geopark Estrela.
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