“A expectativa é altamente positiva. A candidatura está muito bem feita”, argumentou à agência Lusa o responsável, Vítor Silva, explicando que a ERT contratou, para o efeito, “empresas especialistas no património” e na elaboração deste tipo de candidaturas.
Por isso, “todos os indicadores são muito favoráveis” para que a candidatura obtenha o ‘selo’ de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO): “A expectativa é que seja aprovada”, sublinhou.
Promovida pela Câmara e Associação das Festas do Povo de Campo Maior (AFPCM) e pela ERT do Alentejo e Ribatejo, a candidatura é apreciada, esta semana, pela UNESCO.
A 16.ª reunião do Comité do Património Mundial deste organismo internacional, que decorre desde hoje e até sábado, em Paris (França), tem em ‘carteira’ a análise de 55 candidaturas, uma delas a de Campo Maior.
Tradição secular e realizadas pela última vez em 2015, estas festas tradicionais, que só se realizam quando o povo quer, apresentam dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico, decoradas com milhares de flores de papel, feitas voluntariamente pela população.
Promovidos pela AFCM, os festejos são reconhecidos internacionalmente pela sua originalidade e cariz popular, com os habitantes a prepararem a ornamentação das ruas durante meses a fio.
Esta tradição, identitária de Campo Maior, tem vindo a ser transmitida de geração em geração, oralmente e de forma informal, com os mais velhos a ensinarem aos mais novos os ‘segredos’ da elaboração das flores que ornamentam os espaços públicos da vila.
Para o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, caso a candidatura seja aprovada, a região vai beneficiar, ao receber este ‘selo’, sendo este “mais um motivo, mais uma âncora” para atrair turistas ao território.
Se as festividades desta vila alentejana obtiverem a distinção, este será o 6.º título da UNESCO entregue ao território do Alentejo e Ribatejo.
Como Património Mundial da Humanidade, estão classificados pela UNESCO o Centro Histórico de Évora e as Fortificações Abaluartadas de Elvas.
Já como Património Cultural Imaterial da Humanidade, a UNESCO distinguiu o Cante Alentejano e o Figurado de Barro de Estremoz, no Alentejo, assim como a Falcoaria de Salvaterra de Magos, no Ribatejo, enquanto o Fabrico de Chocalhos, baseado na tradição artesanal de Alcáçovas, em Viana do Alentejo (Évora), consta do Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente.
“A questão do património é muito importante para nós. O património é um fator identitário muito importante do território e não é por acaso que temos impulsionado a candidatura a património da humanidade de vários projetos”, frisou Vítor Silva.
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