"Trata-se de um dos maiores recifes de coral do mundo a mais de 30 metros de profundidade", disse a Unesco, que apoiou a missão científica.
"O estado impecável dos corais em forma de rosa e a extensão da área tornam-nos numa descoberta muito rara", afirma a Unesco.
O recife tem três quilómetros de comprimento, entre 30-65 metros de largura e entre 35-70 metros de profundidade, destaca a Unesco. Alguns corais medem dois metros de diâmetro.
"É uma área pouco explorada. O que conhecemos bem são as áreas entre os zero e os 30 metros", explicou à AFP Laetitia Hedouin, bióloga marinha e especialista em corais do centro de pesquisa francês CNRS e do órgão de pesquisa internacional CRIOBE.
"Esses corais não apresentam sinais de stresse nem de doença", continua, em contraste com os corais localizados mais perto da superfície na Polinésia Francesa, que experimentaram um episódio de branqueamento em 2019.
A expedição de mergulho aconteceu em novembro de 2021 graças a equipamentos de mergulho específicos para descer a essa profundidade. "Os equipamentos fizeram mergulhos que totalizaram umas 200 horas para estudar o recife e conseguiram ver a reprodução do coral", disse a Unesco.
Na região foram instalados sensores de temperatura. "Estamos no início de um programa de vigilância que esperamos (que seja) a longo prazo" para compreender melhor o bom estado de conservação do recife, apesar da mudança climática.
A descoberta levanta a questão da "consideração dessas áreas profundas na elaboração de áreas marinhas protegidas", disse Hedouin.
Os oceanos são os grandes desconhecidos do planeta, com "apenas 20% dos fundos dos mares (...) cartografados", destacou a Unesco.
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