Apresentado como "uma experiência interativa para as redes sociais", o Youseum, que combina as palavras "tu" e "museu" em inglês, não expõe obras de arte emolduradas em paredes brancas.

Situado na zona periférica da capital sueca, custa mais de 27 euros, um valor  que se aproxima do da entrada  para um parque de diversões e pouco das de um museu convencional.

"Aqui, podem tirar fotos fantásticas e criar conteúdo para os perfis no Instagram, ou no Facebook. E, se a pessoa estiver no TikTok, tem o lugar perfeito para fazer vídeos" para esta rede, descreve uma das responsáveis do lugar, Sofia Makiniemi, em conversa com a AFP.

Atrás de Sofia, está a "sala emoji", repleta de bolas azuis e amarelas que representam as famosas carinhas soridentes.

Noutros ambientes temáticos, é possível, por exemplo, saltar numa piscina com muitos paus feitos de espuma numa zona inspirada na Costa Azul francesa; posar sob brilhantes neons ou dentro de uma máquina de lavar roupa.

"Há iluminação, música TikTok, doces, todas as coisas de que nós gostamos", comemora Zaneb Elmani, de 18 anos, que visita o lugar com um grupo de amigos.

Para Zaneb, o lugar tem o "ambiente dos anos 2020".

"É muito bonito!"

Situado num centro comercial, o Youseum "é um museu interativo, onde pode criar a arte que quer ver", explica Makiniemi.

Depois dos primeiros espaços lançados na Holanda pelo gigante imobiliário comercial Westfield, a Suécia é o segundo país a receber uma instituição deste género, que foi inaugurada em meados de março num centro gigantesco da empresa em Solna, nos arredores de Estocolmo. Projetos similares foram anunciados para a Alemanha e para o Dubai.

A era das redes sociais e dos seus "influencers" vem acompanhada de vários alertas sobre os possíveis riscos para a saúde mental dos jovens e dos adolescentes, especialmente os do sexo feminino.

"É uma parte significativa da nossa sociedade hoje em dia. Então, por que não tentar tornar isto mais criativo?", argumenta Makiniemi.

As jovens estudantes que também visitavam o local não se mostram preocupadas com os riscos.

"Acho que é um lugar agradável para pessoas que adoram tirar fotos. É muito bonito aqui, meu Deus, é mesmo muito bonito", deslumbra-se Chaymae Ouahchi, de 18 anos, que não se vê como uma "influencer" e que garante ser "muito discreta".

Gerações passadas podem torcer o nariz ao verem a palavra "museu" ser utilizada para identificar um lugar dedicado a fazer selfies com o telemóvel. Também podem conformar-se, como Bill Burgwinkle, um professor de 70 anos que visita o local com a sobrinha.

"Acredito que seja muito tarde para nos preocuparmos. O mundo é assim agora", observou, acrescentando que este tipo de instalação "parece cumprir a sua função".