
Mais do que uma simples exposição e mercado de vendas, a MESTRA oferece um extenso programa de iniciativas culturais concebidas para imergir os participantes no universo da cerâmica portuguesa.
O evento apresenta um leque diversificado de atividades, incluindo exposições, visitas guiadas a museus, workshops criativos, demonstrações ao vivo, animação de rua, música e debates envolventes sobre criatividade e artesanato tradicional. A gastronomia local estará também um destaque, oferecendo uma amostra dos sabores da região.
A MESTRA acolhe quase meia centena de ceramistas, não só das Caldas da Rainha, mas também de outros concelhos que integram a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Cerâmicas (AptCVC). Esta colaboração cria um espaço único de intercâmbio, mostrando a amplitude e diversidade da cerâmica portuguesa. Nesta edição, o evento recebe ceramistas de Alcobaça, Leiria, Aveiro, Covilhã, Porto de Mós, Tomar, Barcelos e Estremoz.
Com ênfase na abordagem prática, a MESTRA oferecerá também um programa dedicado de “saber-fazer”. Inclui sessões de criação ao vivo e experiências criativas interativas, integradas no projeto “UNESCO Creative Cities Central Portugal”. Este programa permite verdadeiramente aos visitantes pôr as mãos na massa e experimentar em primeira mão a magia da criação em cerâmica.

O cenário envolvente
Caldas da Rainha, Cidade Criativa da UNESCO e membro fundador da Associação Portuguesa de Cidades Cerâmicas, oferece uma panóplia de espaços que carecem de visita (quase) mandatória.
A nossa sugestão é simples: aproveitar a visita à MESTRA para conhecer melhor a cidade. Acredite, há muito onde se perder e se reencontrar. O périplo pode começar pelo Centro de Artes, com um magnífico jardim a circundar os diferentes edifícios do espaço. Para lá dos Museus Municipais, que abrigam um dos acervos mais importantes de escultura portuguesa do século XX, a instituição conta com diversas infraestruturas dedicadas a apoiar a produção artística e a promover eventos e atividades culturais. A Casa Amarela, o Museu Leopoldo de Almeida ou o Espaço Concas são algumas das muitas galerias que o Centro de Artes se orgulha de apresentar.

O Parque D. Carlos I, palco da MESTRA, promete uma visita deslumbrante pelo manto verde, lado a lado, com o Centro Histórico e o centro da cidade. Com cerca de uma centena de espécies, parque de lazer e parque infantil, pontuado por algumas esculturas e notas artísticas, um passeio descomprometido e compassado pelos seus caminhos, garante uma experiência de paz e tranquilidade, como poucos espaços conseguem oferecer.
E porque é de cerâmica que falamos, impossível não passar pela antiga fábrica Bordallo Pinheiro, espaço de memórias e legados, visitar a loja da fábrica, com uma vasta exposição, desde as mais emblemáticas obras de Bordallo até às coleções mais exclusivas e louça utilitária, e terminar este périplo no Museu da Loja Bordallo Pinheiro, que acolhe um extenso e lindíssimo acervo de peças e obras de arte.

Uma pausa merecida na Praça da Fruta, o único mercado a céu aberto a funcionar todos os dias, com uma ampla seleção de venda de produtos, desde frutas e legumes a produtos artesanais. Cada banca tem uma história para contar e deambular pelas tendas é perceber um pouco melhor a cidade.
Ali perto, o Hospital Termal das Caldas da Rainha. Fundado em 1485 pela Rainha D. Leonor, o Hospital Termal é um dos mais antigo do mundo ainda em funcionamento. Com cerca de cinco séculos de história que se entrelaçam com o crescimento e desenvolvimento da cidade. Descobrir a presença e a importância da Rainha D. Leonor na história da Caldas é uma nota que não pode faltar.
Pode ainda aproveitar o passeio, para descobrir diferentes rotas, que lhe darão novos olhares sobre a cidade, como os mais de quatorze murais espalhados por diferentes ruas, que constituem a Rota da Arte Urbana ou a Rota da Arte Nova, onde a azulejaria é rainha e cada fachada conta uma história. Nota ainda para a Rota Bordaliana, uma homenagem da cidade a uma das personalidades que mais profundamente a marcou. A rota recria o percurso que o próprio artista fazia, desde a estação de comboios (onde chegava vindo de Lisboa) até à famosa fábrica que fundou nas Caldas da Rainha.
Não se esqueça de passar pela “Rua dos Chapéus” e atente aos “malandros” cabos dos “Chafalos”, adornados pelos icónicos falos das Caldas, que integram a louça popular da cidade. Por fim, demore-se nas “Rua das Montras” e passeie por décadas de histórias, onde cada espaço tem uma estória para contar.

Estes são apenas alguns dos muitos espaços que as Caldas da Rainha tem para oferecer. Dê-lhe tempo e é provável que, entre o bucólico dos jardins, a segurança e simplicidade das ruas, a beleza das obras de arte, o espaço o cative e motive para uma visita (com olhos de ver) onde cada canto o surpreende e cada peça o maravilhe. Deixe-se guiar. Lembre-se: nas Caldas da Rainha há muito onde se perder e se reencontrar.
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