"Está ali o Porto todo", afirmou Germano Silva, numa visita ao mural a propósito dos 20 anos da Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU).

Sob o mote “Reabilitar garante histórias para contar”, o mural ilustra aspetos característicos da cidade, como os azulejos da Capela das Almas, em Santa Catarina, ou a Torre dos Clérigos.

O mural, que o artista Mr. Dheo demorou duas semanas a criar, preenche um edifício que será reabilitado no próximo ano pelo município, no Campo dos Mártires da Pátria.

Aos jornalistas, Germano Silva salientou que o local escolhido para o mural é também especial porque o seu rosto está inclinado para o coreto onde, em 1927, os seus pais se encontraram.

“Foi neste coreto a ouvir a banda dos 18 que um dia, em 1927, se encontraram o Manuel e a Maria. A Maria era criada de servir e o Manuel tinha vindo fazer a tropa. Encontraram-se, namoraram e eu fui o primeiro filho”, contou.

Olhar o mural que o homenageia é como se estivesse a ver “ao espelho”, acrescentou.

Também presente na visita, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou que esta é uma homenagem à "figura mais emblemática da cidade" e à "pessoa que reúne mais afeto" no Porto.

"Fico muito contente que se reveja no mural", assinalou o autarca, dizendo que o município tem procurado fomentar a 'street art' na cidade.

Germano nasceu em São Martinho de Recezinhos, em Penafiel, no distrito do Porto, em 1931, e foi viver para o Porto um ano depois.

De marçano a escriturário hospitalar, o antigo jornalista começou a trabalhar ainda muito novo, frequentou e concluiu o Curso Geral de Comércio e ingressou no Jornal de Notícias em 1956, com a categoria de colaborador desportivo, sendo admitido, três anos depois, nos quadros profissionais de jornalismo.

Aposentado desde 1996, Germano mantém ligações ao JN e em 2016 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Porto.