No topo de uma colina idílica na Riviera italiana o Principado de Seborga já tem a sua própria bandeira, hino nacional, passaportes, moeda e, claro, um monarca. Por enquanto, Seborga é apenas uma aldeia pitoresca na província italiana de Impéria, com pouco mais de 300 residentes, mas, desde os anos 60, procura ser uma nação independente.

Tudo começou quando Giorgio Carbone, que dirigia uma cooperativa local de floricultores, investigou a história da cidade e descobriu que algo estava errado. Segundo a CNN, Seborga terá sido doada aos monges beneditinos no ano de 954, e vendida em 1729 ao Reino da Sardenha, que mais tarde se tornaria parte do Reino de Itália. Mas, de acordo com Giorgio Carbone, não existem registos históricos da venda, o que significa que Seborga nunca foi legitimamente parte de Itália.

A monarquia, em Seborga, não é hereditária e as eleições ocorrem a cada sete anos. Atualmente, a princesa Nina encontra-se à frente dos destinos do Principado, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo. Nina Döbler Menegatto, que nasceu na Alemanha, morava em Mónaco quando descobriu Seborga há 15 anos com seu ex-marido e ex-príncipe, Marcello I, que abdicou em 2019.

Tanto o Tribunal Constitucional italiano quanto o Tribunal Europeu de Direitos Humanos já rejeitaram a proposta de Seborga se tornar num país independente, mas a princesa Nina não se deixa intimidar. "Obviamente não é um caso fácil", diz, citada pela CNN. "Não vai acontecer hoje ou amanhã, mas nada é impossível: vejam o Brexit."

A pequena vila atraí turistas à procura de um conto de fadas. Existem passaportes - embora sejam apenas para diversão - e uma moeda local, o Luigino, que é aceite nas lojas da cidade, mas é essencialmente uma lembrança.

“É ótimo para o turismo, não vamos negar. Quem não quer um conto de fadas, uma princesa e uma carruagem? Então sim, é uma atração turística, mas também faz parte da história de Seborga”, afirma a princesa.