A China deverá “ultrapassar os Estados Unidos como a maior economia turística no mundo” até 2026, previu hoje em Macau a presidente executiva do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês).

Julia Simpson disse ainda que a China vai representar um terço de todos os novos empregos gerados no setor a nível mundial.

A líder da WTTC falava na cerimónia de abertura do Fórum Global de Economia e Turismo (GTEF, na sigla em inglês), que está a decorrer até sábado, em Macau, após um interregno de quatro anos devido à pandemia de covid-19.

Antes da pandemia, recordou Simpson, a China era já o principal mercado emissor de turistas do mundo, responsável por 15% dos gastos de visitantes em países estrangeiros.

Por isso mesmo, disse o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO, na sigla em inglês), Zurab Pololikashvili, “a mais importante manchete do ano foi sem dúvida a reabertura da China, após estar fechada durante mais de mil dias”.

A China continental, que seguia a política 'zero covid', anunciou em meados de dezembro o cancelamento gradual da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

“Todo o mundo estava à vossa espera”, disse Pololikashvili. “Tive a honra de ser o primeiro dirigente da ONU a visitar a China após a abertura a chegadas internacionais, em Hangzhou, no passado fevereiro”, acrescentou.

A cidade de Hangzhou, no leste do país, é o destino da única ligação direta entre Portugal e a China, que parte de Lisboa duas vezes por semana, operada pela companhia aérea chinesa Capital Airlines.

Apesar de ter encerrado as fronteiras devido à pandemia, a China foi ainda assim o país que atraiu mais investimento direto externo em turismo entre 2018 e 2022, representando 15% do total mundial, sublinhou Pololikashvili.

Na mesma cerimónia, a secretária-geral do GTEF, Pansy Ho Chiu-king, disse que o interesse no regresso do evento “mostra quanto o mundo quer saber mais sobre o mercado [turístico] chinês e precisa do mercado chinês”.

Itália é o convidado de honra da edição deste ano do GTEF e a ministra do Turismo italiana revelou que o número de visitantes chineses que chegaram ao país entre janeiro e agosto cresceu seis vezes em comparação com igual período de 2022.

Daniela Garnero Santanchè sublinhou ainda que os turistas chineses em Itália são em geral “mais jovens” do que antes do início da pandemia.

Na quarta-feira, o secretário de Estado de Turismo, Comércio e Serviços português disse que a China tem "um enorme potencial de crescimento do turismo na Europa e por conseguinte em Portugal".

Nuno Fazenda revelou que Portugal vai realizar uma ação de promoção turística, entre abril e maio do próximo ano, em "algumas das principais cidades chinesas, nomeadamente em Pequim, Xangai, Chengdu, Cantão e nas regiões de Macau e Hong Kong".

O Governo português vai reforçar a presença na ITB, feira da indústria do turismo dedicada exclusivamente ao mercado chinês, em Xangai, disse Fazenda, que está em Macau para participar no GTEF.