Em cores como vermelho, prateado, laranja, roxo, verde e amarelo, os 500 chapéus estão distribuídos por 800 metros de cabos de aço suspensos entre os edifícios da rua da Liberdade, no trajeto entre a praça Luís Ribeiro e a rua Júlio Dinis.

A iniciativa marca a realização do evento "Hat Weekend/Fim-de-semana do Chapéu", que, desta sexta-feira a domingo, leva ao centro da cidade mais de 50 eventos de artes visuais, música, teatro, dança e "stand-up comedy", sempre em torno "da defesa da história chapeleira do município e de atualização dessa herança patrimonial".

O presidente da Câmara de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, explica, contudo, que a decoração com chapéus se vai manter durante todo o verão, para lembrar que, em 1926, "a independência político-administrativa do próprio concelho, enquanto município autónomo, assentou em grande medida na pujança da sua indústria da chapelaria".

Nessa perspetiva, o autarca espera que os chapéus suspensos atraiam mais visitantes ao centro da cidade, ajudando à "dinamização e projeção do próprio centro urbano, o que reforçará a sua atratividade e centralidade".

Centro de São João da Madeira decorado com 500 chapéus para valorizar cultura e comércio
créditos: Município de São João da Madeira

Jorge Vultos Sequeira descreve São João da Madeira como "o centro da indústria chapeleira em Portugal e um dos principais polos desse setor a nível internacional", pelo que a instalação temporária na área pedonal da cidade pretende também assinalar uma aproximação da cultura ao quotidiano comercial e cívico do concelho.

Para a diretora do Museu da Chapelaria, Joana Galhano, está em causa um "plano de ocupação do centro urbano da cidade" por parte do chapéu, não apenas enquanto adereço decorativo exposto acima das vias de circulação, para chamar a atenção e proporcionar até alguma sombra aos transeuntes, mas também enquanto obra artística propriamente dita.

"Esta instalação de 500 chapéus será complementada com duas cartolas gigantes que integram um projeto pioneiro intitulado 'Chapéus com Memória' e que já ocupam as ruas da cidade, depois de terem sido intervencionadas por artistas locais", explica a responsável.

No total, serão oito as cartolas de grandes dimensões instaladas em diferentes pontos do concelho, cada uma trabalhada em técnicas que abrangem desde a pintura e o desenho até à escultura, cerâmica e têxtil.

"Ao longo de junho e julho, as cartolas gigantes irão habitar diferentes espaços urbanos de São João da Madeira, servindo como elemento de contemplação, contrastante com a velocidade tão característica da vida citadina e procurando criar movimentos de curiosidade coletiva, contribuindo assim para a criação de novos públicos", conclui Joana Galhano.