Bilhete-postal por Pedro Neves
O tiro de partida para a 33.ª edição da Meia Maratona de Lisboa foi dado às 10h de manhã deste domingo e, apesar de não ter conseguido participar (as inscrições já tinham esgotado quando tentei fazê-lo), decidi-me a não ficar, mesmo assim, totalmente de fora. Depois de passar na ponte, e sentir a sua vibração sob os pés, a segunda melhor experiência em torno do mega-evento desportivo talvez seja mesmo observá-lo a partir de um bom miradouro.
Mesmo a partir da margem contrária do Tejo, conseguiam ouvir-se os sons da festa montada nas portagens da ponte 25 de abril, em Almada, onde as provas principais (a que dá o nome ao evento, com 21 km de extensão, e a mini-maratona, com 7km) têm início. Uma hora antes, a ponte já tinha sido esvaziada de trânsito, só circulando algumas viaturas da polícia. É uma das raras oportunidades para ver a ponte sem carros.
Com 2.277 metros de comprimento, foi preciso esperar mais de 10 minutos para avistar os primeiros corredores a completarem a travessia da ponte, neste caso, os atletas profissionais, que partem à frente da restante mole humana.
Segundo a organização, esta edição da Meia Maratona de Lisboa contou com atletas de diversos países entre o pelotão de elite e mais de 30 mil inscritos nas várias provas que compuseram o fim de semana.
Às 10h18, uma imensa massa humana com dois quilómetros de comprimento já ocupava praticamente todo o tabuleiro rodoviário da ponte 25 de abril.
Como já é tradição, a prova desportiva coincide quase sempre com a chegada da primavera à capital. Voltou a acontecer nesta edição, com a temperatura máxima no domingo a atingir os 25ºC, apesar do sol não ter estado completamente descoberto.
Não era o único espetador a partir do meu ponto de vista, no miradouro do Bairro do Alvito, um dos melhores sítios para apreciar a vista-postal mais emblemática de Lisboa. A "invasão" desportiva atraiu a curiosidade de alguns moradores e turistas, além de fotógrafos munidos de teleobjetivas.
Os comboios da ponte continuaram a circular ao longo da manhã e os navios também. Foi o caso da fragata Bartolomeu Dias da Marinha Portuguesa, que passou em direção ao mar quando passavam 40 minutos desde o início do evento e os corredores já começavam a escassear.
Os últimos corredores (ou caminhantes?) a serem vistos no tabuleiro da ponte, às 10h45. No fim de contas, ninguém é obrigado a correr e trata-se de um passeio que só é possível fazer uma vez por ano... Quem não parou para apreciar a vista foi o etíope Dinkalem Ayele e a queniana Brigid Kosgei, os vencedores das provas masculina e feminina, respetivamente, que chegaram à meta em Belém com um tempo de 1 hora. Para o ano há mais, quem sabe comigo lá!
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