A família é a alma do novo restaurante vegetariano, inaugurado no final de Março no Parque das Nações, em Lisboa. Foi com a família que Anaisa Rashul aprendeu a lutar pelos seus sonhos e foi a família que lhe deu todo o apoio quando decidiu arriscar. Por isso, o nome do seu espaço só podia ser ‘família’ ou Ohana (em havaiano), palavra que Naz, como é conhecida, tem tatuada no pulso.
O Ohana by Naz é um lugar de boas energias, com uma decoração inspirada no percurso de vida da proprietária e com comida saudável ovo-lacto vegetariana. Serve um buffet de segunda a sexta-feira, entre as 12 e as 14 horas, que inclui sopa, saladas, pratos quentes e acompanhamentos, e custa 8€. Aos domingos, oferece quatro menus diferentes de brunch. Mas o menu inclui ainda pratos à la carte, como o hambúrguer vegan, que está a ser um sucesso.
A comida e a saúde sempre foram assuntos centrais na vida de Naz. A jovem, que nasceu em Portugal, mas foi muito cedo para Moçambique, onde os pais têm negócios ligados à restauração, assume que tem tendência para engordar. “Experimentei todas as dietas até que percebi que tinha de encontrar uma solução que não fosse oito ou 80, mas que fosse adequada ao meu corpo”, conta, lembrando ter questionado muitas vezes por que razão se sentia “cansada e sem energia”. Tornou-se 99% vegan porque não gosta de ser extremista e evita estar sempre a ler os rótulos das embalagens. Aprendeu a comer e atingiu o peso ideal, sentindo-se bem e com toda a energia necessária para o dia a dia.
As viagens sempre fizeram parte da sua vida. Naz viveu na África do Sul e, durante dez anos, no Dubai. Foi aí que estudou Arquitetura de Interiores. Mais recentemente, para fundamentar o interesse que tinha na alimentação, esteve em Nova Iorque, onde tirou o curso de Nutrição Holística. Toda esta bagagem de conhecimento permitiu que o Ohana by Naz fosse uma realidade. Era um sonho de menina que se ia concretizar, um espaço de bem estar que associava elementos decorativos a uma oferta gastronómica saudável pensada para não excluir ninguém. Um espaço de sorrisos e de conversas, de pessoas e de histórias que a proprietária faz questão de conhecer.
Naz regressou a Lisboa há seis meses e há cerca de três que este projeto a preenche. Tanto que deixou de ter tempo para dar consultas de nutrição e para alimentar o seu blogue “Red Apple by Naz”. Mas não para o ioga, onde vai buscar a paz e o silêncio de que necessita para viver em equilíbrio. A família tem sido um apoio fundamental: a mãe dá uma mãozinha na cozinha e o pai tem tratado de toda a parte financeira. A família e os lugares onde viveu enchem de alma o espaço: os candeeiros coloridos e exóticos vieram do Dubai, os cestos pendurados na parede de Moçambique e os desenhos no quadro de giz são inspirados na cultura indiana.
As receitas são também o resultado de uma combinação feliz das viagens e da herança familiar. Apesar de muitas terem sido criadas por Naz, a inspiração vem dos ensinamentos que a sua avó e a mãe lhe transmitiram. Há torradas com pêra abacate, mas também com manteiga de amendoim e com húmus. Há papas de aveia com fruta, french toast com frutos silvestres e panquecas com frutos do bosque e com banana e creme de avelãs.
Ao domingo, o restaurante abre para o brunch: do menu Fit, que inclui papas de aveia com fruta e frutos secos, torrada com abacate, smoothie verde e chá ou café, ao menu Veggie Burger, com hambúrguer vegetariano, queijo vegan, cogumelos e batata doce frita, sumo de maçã e chá ou café. Há ainda o menu Tex Mex e o Clube, todos a 10€.
De segunda a sexta-feira, somos recebidos ao almoço com um buffet muito variado e colorido, sempre com receitas diferentes e surpreendentes. No dia em que visitei o Ohana, havia esparguete com soja e feijão encarnado, caril tailandês vermelho, grão de bico com especiarias, saladas diversas e húmus de batata vara ou panados de batata. Comecei por provar a sopa de espinafres, um aveludado creme cheio de sabor, e deliciei-me com o caril tailandês, ligeiramente picante, uma explosão de sabores que combinava perfeitamente com os panados de batata, que não resisti a repetir. No final, e porque há sempre doces e bolos caseiros quase sempre preparados pela Naz, tive de provar o bolo de coco com gelado de manga, uma fresca combinação intensa e deliciosa.
O Ohana não é um conceito fechado, antes uma evolução, pelo que Naz está a desenvolver novas receitas e, em breve, vai realizar alguns workshops de nutrição holística.
Horário: de segunda a sexta-feira, entre as 10 e as 20 horas; ao domingo, entre as 10 e as 15 horas
Morada: Alameda dos Oceanos, 41, Lisboa
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