O Parque Natural Regional do Vale do Tua é um tesouro por descobrir no Norte de Portugal. Muitos conhecem a Linha do Tua que ligava Foz Tua a Bragança até à construção da barragem do Tua, que fez com que parte da linha ficasse submersa.
Hoje em dia, a região tem aparecido mais no mapa, especialmente após a construção de alguns dos miradouros mais bonitos de Portugal. No entanto, há muito mais por descobrir, para além dos belíssimos miradouros.
Qual a melhor altura do ano para visitar o Vale do Tua?
Existe uma expressão popular que descreve bem a meteorologia para estes lados: “nove meses de inverno e três de inferno”. Se os invernos são rigorosos, no verão, predomina o calor excessivo. Desse modo, a melhor época para visitar a região é na primavera ou início/fim do verão.
Quantos dias são necessários para visitar o Vale do Tua?
Pelo menos, dois dias completos para visitar o Vale do Tua, pois ainda existem alguns pontos de interesse. De qualquer forma, é sempre possível acrescentar uns dias ao vosso roteiro, se quiserem conhecer mais uns quantos locais nas proximidades.
Dia 1
Tralhariz – Olhos do Tua – Miradouro São Lourenço – Carrazeda de Ansiães – Vila Flor – Forca Freixiel – Vilarinho das Azenhas – Anta de Zedes – Tralhariz
Miradouro Olhos do Tua
Saímos da aldeia de Tralhariz (onde ficamos alojados) em direção a aldeia de Castanheiro do Norte. Passados seis minutos de viagem de carro, o dia começava no primeiro de vários miradouros que iríamos visitar ao longo dos dois dias – o miradouro Olhos do Tua. O miradouro tem uma espécie de varanda sobre aquele que podia bem ser o Horseshoe Bend português. Este miradouro representa a quilha de um barco, com alusão à navegabilidade desta zona do rio.
A caminho do Miradouro dos Olhos do Tua, fizemos uma pequena paragem no Miradouro Senhor da Boa Morte. Apesar da vista não ser tão espetacular como outros miradouros que visitei durante o fim de semana, vale a pena uma paragem aqui.
Miradouro de São Lourenço
Continuámos a viagem em direção ao Miradouro de São Lourenço. Novamente aqui somos prendamos com mais uma varanda com uma vista fenomenal sobre o rio Tua. No entanto, esta varanda tem um pormenor mais interessante: a silhueta de São Lourenço.
Porque sou uma eterna apaixonada por uma bela paisagem, claro que tive de parar em mais um miradouro no caminho do próximo destino. Desta vez, foi a vez de conhecer o Miradouro de Parambos, localizado mesmo junto à berma da nacional N214.
Carrazeda de Ansiães
A vila é bastante pequena, mas merece a visita. Começámos por apreciar as bonitas árvores floridas no Jardim da Praça Dom Lopo Vaz de Sampaio. Após passarmos pela Igreja de Santa Águeda, continuamos em direção ao Pelourinho da vila, local onde podem também visitar a Fonte das Sereias ou a Biblioteca Municipal. Subimos ao antigo Moinho de Vento, de onde é possível avistar grande parte da vila. Por fim, terminávamos a nossa visita com uma paragem junto à estátua em homenagem às mulheres de Ansiães, de Hélder de Carvalho.
Apesar de termos seguido em direção ao ponto seguinte, voltámos ao final do dia para visitar o Castelo de Ansiães. O sol já se estava a pôr e tínhamos o castelo só para nós. Foi uma experiência totalmente mágica! O castelo é um dos pontos que não podem perder numa visita a Carrazeda de Ansiães. A antiga sede do concelho era na vila de Ansiães e assim o foi até ao século XVIII. Desde aí que o castelo ficou abandonado e, atualmente, é possível visitar as ruínas daquilo que outrora foi a sede do concelho.
Vila Flor
Seguiu-se Vila Flor, uma das surpresas mais agradáveis da viagem. Mais uma vez, trata-se se uma vila pequena, mas não menos interessante. Começámos pela Igreja Matriz de Vila Flor e pelo Pelourinho que ficam mesmo lado a lado. Deixámo-nos perder por ruas e ruelas até chegar à Fonte Romana, de onde seguimos para o Arco D. Dinis. Chegávamos, então, à Igreja da Misericórdia e lá perto observámos alguns locais que aproveitavam o dia sentados nuns banquinhos do jardim.
Para vistas esplêndidas sobre Vila Flor, vale a pena ainda subir de carro até ao Santuário Nossa Senhora da Lapa. O espaço conta com imensos bancos onde podem parar para apreciar a paisagem. Mais acima um pouco, existe mesmo um miradouro com vistas ainda mais diretas sobre toda a vila.
No percurso entre Vila Flor e Vilarinho das Azenhas, podem fazer um pequeno desvio para visitar a Antiga Forca de Freixiel. Na realidade, apenas resta da forca dois pilares lado a lado com quase três metros de altura. Mas, para os mais curiosos, poderá fazer sentido este pequeno desvio.
Vilarinho das Azenhas
Vilarinho das Azenhas é um dos últimos pontos a visitar neste primeiro dia do roteiro pelo Parque Natural Regional do Vale do Tua. A aldeia é bem pequena, mas é aqui que começa um dos percursos pedestres mais conhecidos do parque. O percurso liga a aldeia de Vilarinho das Azenhas à aldeia de Ribeirinha. São 4 km (apenas ida), que podem ser feitos de forma bastante tranquila. Infelizmente, o tempo já era curto, enganámo-nos a encontrar o início do percurso e, assim, acabámos por não o percorrer.
Para quem tiver interesse, o percurso inicia-se junto à Igreja de Vilarinho das Azenhas e está identificado como PR4 VFL. Acabámos por dar uma voltinha pela aldeia enquanto apreciávamos as pequenas casinhas e o corredor de rosas e outras flores que ali existia.
Se são apreciadores de monumentos megalíticos, podem fazer uma paragem na Anta de Zedes, situada no concelho de Carrazeda de Ansiães.
Dia 2
Tralhariz – Foz do Tua – São Mamede de Ribatua – Miradouro do Ujo – Alijó – Favaios – Casal de Loivos – Provesende
Foz Tua
O segundo dia era já dia de regresso ao Porto e, dessa forma, iniciámos viagem para o lado esquerdo, em direção Porto, mas também do Douro Vinhateiro. Fizemos uma pequena batota e demos também um saltinho a esta região vizinha.
Aproveitem para visitar a estação ferroviária de Foz Tua, onde agora se localiza o Centro Interpretativo do Vale do Tua. Um local de visita obrigatória para quem pretende saber mais sobre a região e a história da famosa linha do Tua. E, se falamos em história deste local, o melhor é mesmo também não perder a barragem. Como seria de esperar, a barragem em si não tem nada de especial. O que vale realmente a pena é o caminho para lá chegar. Vai ser difícil não ter vontade de parar o carro a cada dois minutos para tirar fotos.
São Mamede de Ribatua
Depois de mil e uma fotos às margens do rio Douro, chegava a vez de visitarmos a aldeia de São Mamede de Ribatua. A aldeia é muito pequenina, mas deixem-se perder pelas suas ruas. Mesmo ao lado da Igreja Matriz de São Mamede têm mais uma paisagem soberba.
Miradouro do Ujo
Porque o ex-libris deste roteiro são as paisagens fenomenais dos vales e meandros quer do rio Tua, quer do rio Douro, o ponto de paragem seguinte foi mais um miradouro. O Miradouro do Ujo é um dos mais famosos da região pelo que é expectável que tenham companhia quando o visitarem. É difícil encontrar palavras para tamanha beleza.
Se estiverem com uma dose de energia extra, experimentem o Trilho das Fragas Más que inicia e termina em São Mamede de Ribatua. Neste trilho poderão também tirar mais umas quantas fotos e apreciar a vista do miradouro das Fragas Más.
Alijó
Depois de um fantástico almoço no restaurante Cêpa Torta, chegava a vez de dar uma voltinha por Alijó. Passámos pelos Paços do Concelho, pelo Pelourinho, pela Biblioteca Municipal e ainda pela Igreja Matriz.
Favaios
Favaios é eternamente famosa pelo Favaíto, o moscatel mais conhecido em Portugal. No entanto, Favaios tem mais para visitar do que a Adega Cooperativa de Favaios, cuja visita pode ser agendada aqui. Aproveitem para passear pelo centro, parando junto à Igreja Matriz de São Domingos ou ainda junto à antiga Escola Primária. Depois, para as melhores vistas de Favaios, é obrigatória subida até à Capela de Santa Bárbara.
Casal de Loivos
Depois de dois dias no Vale do Tua, chegava a altura de darmos um saltinho muito curto à região do Douro Vinhateiro. A primeira paragem foi em Casal de Loivos, onde encontrei o meu miradouro preferido de todo o fim de semana. Se isto não é o paraíso na Terra, então não sei o que é.
Provesende
Terminávamos, então, o fim de semana na Aldeia Vinhateira de Provesende… e não podia ter escolhido melhor o último sítio para visitar. Aproveitem para visitar o centro histórico da aldeia e passar em alguns locais como o Pelourinho, a Igreja Matriz, a casa revestida a heras ou ainda a fonte de granito.
Para descobrirem sugestões de alojamento e restaurantes na região, sigam o link até o artigo original publicado no blogue A Ticket to Take Off. No Instagram da Mariana, encontram mais dicas e sugestões de escapadinhas.
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