A Namíbia tem de tudo para todos: aventura, deserto, tribos, montanha, história, animais e gente incrível. Tudo isto num país com o dobro do tamanho da Alemanha mas com apenas 2.4 milhões de habitantes, o que leva a que seja o país com a segunda menor densidade populacional, logo a seguir à Mongólia. Isto faz com que se veja muito mais bichos do que gente. Um enorme ponto a favor…

Dia 1

Chegámos ao aeroporto perto da hora de almoço e tínhamos alguém da empresa que nos alugou o jipe à nossa espera para nos levar até à Windhoek e nos entregar o carro. Foi-nos explicado como tudo funcionava e foi feito o inventário do material de campismo. Seguimos para Sul e parámos em Rehoboth para fazer compras no Shoprite e abastecer. Fomos dormir a Mariental, no River Chalets, por cerca de 12€ o campismo com casa de banho privada.

Dica: mesmo que cheguem um pouco mais tarde tentem passar a primeira noite fora de Windhoek. Basta conduzir 30 Km e já estão no deserto Kalahari e é bem mais interessante que dormir na cidade. A Daan Viljoen Game Reserve, a cerca de 25 Km da capital, é outra boa hipótese e foi a nossa escolha para a última noite na Namíbia. Tem campismo e quartos e é permitido andar a pé pela reserva pois não há predadores. Só girafas, zebras, javalis, veados, etc.

Dia 2

270 Km depois de Mariental, parámos para visitar a Quivertree Forest e o Giant Playgroung e daí continuámos até ao Fish River Canyon (o trilho que leva 5 dias a atravessar o Canyon só está aberto de 15/04 a 15/09). Dormimos no campsite “Canyon Roadhouse” por cerca de 20€ mas pronto, tinha piscina. Com miúdos ou sem, este sítio vale mesmo a pena. Recria uma antiga estação de combustível e oficina, com muitos carros antigos um pouco por todo o lado e até tem alguns pratos vegetarianos.

Canyon Roadhouse
créditos: Mundo Magno

Dia 3

Depois de assistirmos ao amanhecer no Canyon a partir de Hobas, fizemos cerca de 300 Km até Kolmanskop e depois um pequeno desvio até Luderitz. Pelo caminho, depois de Aus, conseguimos ver os misteriosos cavalos selvagens, por isso estejam atentos. Iniciámos o caminho para o Sossusvlei e dormimos no campismo de Helmeringhaussen (devido a um problema mecânico).

Dica importante: optar pela estrada C27 e não a C14+C19. É mais longa mas muito mais bonita.

Namíbia
400Km de vistas destas créditos: Mundo Magno

Dia 4

Chegada a Sesriem e ao Sossusvlei. Visita à Duna 45, deadvlei, Sesriem Canyon. Dormida dentro do parque no Sesriem Campsite.

Dia 5

Nova ronda pelo Sossusvlei.

Sossusvlei
Sossusvlei créditos: Mundo Magno

Dia 6

Partida para Swakopmund e Walvis Bay. Paragem a meio em Solitaire e na Duna 7. Grande susto com o espelho lateral traseiro partido com a projeção de uma pedra... mas sobrevivemos. Dormida no Campsite Chalets Lagoon, em Walvis Bay.

Solitaire, o único sítio onde abastecer, dormir ou comer num raio de 300Km
Solitaire, o único sítio onde abastecer, dormir ou comer num raio de 300Km créditos: Mundo Magno

Dia 7

Visita à lagoa dos Flamingos em Walvis Bay e aos naufrágios no deserto.

Dica: o Lonely Planet dá a entender que é muito fácil encontrar os barcos naufragados. Não é. Muitos estão em sítios a que só se consegue chegar de 4x4 e com alguém que conduza bem em areia e outros foram desmantelados. É preferível procurar uma empresa especializada em Luderitz e em Swakopmund.

Dia 8

Visita a Swakopmund com desvio até Spitzkoppe e regresso a Swakopmund.

Dia 9

Swakopmund até Twyfelfontein (400Km) com paragem no naufrágio perto de Henties Bay e visita a Cape Cross Seal Reserve (metade do caminho feito numa estrada de sal). A reserva de focas vale muito a pena mas é melhor irem preparados para o cheiro intenso.

Namíbia
Naufrágio créditos: Mundo Magno

Dia 10

Visita às pinturas rupestres de Twyfelfontein e a uma tribo Himba.

Dia 11

Continuação da viagem até ao Parque Nacional Etosha com paragem na Petrified forest. Dormida no Halali Rest Camp dentro do parque porque já não conseguimos vaga no Okaukuejo Rest Camp, que é o melhor e onde há mais possibilidades de ver rinocerontes. Mas tivemos sorte e também os vimos.

Parque Nacional Etosha
Parque Nacional Etosha créditos: Mundo Magno

Dia 12

Parque Nacional Etosha.

Dia 13

Saída do Etosha em direção às Victoria Falls e Botswana.

Dicas

- A melhor opção, para duas ou mais pessoas, é alugar um todo o terreno. Vão ler em alguns blogs que um carro ligeiro normal chega… não acreditem. 60% das estradas que vão fazer são em gravilha e areia. E algumas até terão piso de sal. Juro. É muito mais seguro andar nesse tipo de estrada com um carro alto e robusto ainda que poucas vezes tenham de acionar o 4x4.

- Optámos por alugar o carro com tendas no tejadilho. Ainda ponderámos optar pela modalidade carro/hotel mas ainda bem que não o fizemos. Foi muito mais barato e divertido assim. As tendas são muito fáceis de montar e desmontar.

Namíbia
créditos: Mundo Magno

- A maior parte das refeições foi preparada por nós. O carro vinha equipado com frigorífico, fogão, utensílios para cozinhar, mesa e cadeiras. Há alguma variedade de supermercados nas cidades e o nosso favorito era o Shoprite.

- O combustível é mais barato do que na Europa. Estava a cerca de 0,90€ o litro e gastámos 4 depósitos na Namíbia. Os carros estão normalmente equipados com dois depósitos, um de 80 e um de 60 litros, para que se possam fazer longas distâncias sem risco de ficar sem combustível no meio do nada.

- Muita gente pergunta se é preciso carta de condução internacional. A agência que nos alugou o carro não quis e, nas cerca de 20 vezes que fomos parados pela polícia, a carta de condução normal foi a única coisa pedida.

- Conduz-se pela mão esquerda mas ao fim de 20 minutos fica fácil.

- Não marcámos nenhum dos campsite (nome que dão a um espaço num camping ou na parte de trás de um hotel que é composto por um espaço largo para cada carro, com churrasqueira privada, uma sombra e, por vezes, até casa de banho privada em vez de comum). Era só aparecer e tivemos sempre lugar. Há mesmo muitos por isso quando não há num é só tentar o seguinte.

Namíbia
créditos: Mundo Magno

- As agências de aluguer de veículos não permitem que se conduza de noite. Assim que o sol se põe o risco de bater contra um animal a atravessar a estrada é mesmo muito grande. Por isso convém arranjar onde passar a noite umas duas horas antes de o sol se pôr.

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Artigo originalmente publicado no blogue Mundo Magno