Quer seguir os passos do Grande Detective? Sugerimos-lhe, neste texto, oito maneiras diferentes de o fazer:
1 – Importunar vendedores no Mercado de Covent Garden
O Mercado de Covent Garden nasceu em meados do século XIX para comércio de frutas, legumes e flores. Foi neste mercado que Conan Doyle imaginou ficar a tenda do Sr. Breckinridge no conto 'The Adventure of the Blue Carbuncle', publicado na Strand Magazine em 1892.
Neste conto, Breckinridge é questionado por Holmes e pelo Dr. Watson sobre a origem de alguns gansos e acaba por perder a paciência:
"Quando eu pago bom dinheiro por um artigo, isso deve ser o fim do negócio; mas não, é 'Onde estão os gansos?' e “A quem vendeu os gansos?' e 'Quanto quer pelos gansos?' Uma pessoa até fica a achar que eles eram os únicos gansos do mundo, tendo em conta o espalhafato que se faz sobre eles."
2 – Visitar o Museu Britânico
Sherlock Holmes era um visitante regular da Sala de Leitura do Museu Britânico, especialmente enquanto viveu na vizinha Montague Street. Como ficou escrito na história “The Musgrave Ritual”, Holmes passava aqui o seu tempo livre: “por estudar todos aqueles ramos da ciência que o poderiam tornar mais eficiente”.
No conto ‘Wistaria Lodge’, publicado em 1908, as investigações de Holmes sobre a morte de Aloysius Garcia conduziram-no à Sala de Leitura do Museu Britânico:
“Eu passei a manhã no Museu Britânico a ler sobre este e outros pontos. Aqui está uma citação do livro de Eckermann 'Vuduísmo e as Religiões Negroides' ...”
3 – Levar uma tareia à porta do Café Royal
O Dr. Watson descreveu o incidente:
"Não há detalhes exatos, mas os eventos parecem ter ocorrido por volta do meio-dia na Regent Street, à porta do Café Royal. O ataque foi feito por dois homens armados com paus, e o Sr. Holmes foi agredido na cabeça e no corpo, tendo ficado com ferimentos muito graves, segundo os médicos. Holmes foi levado para o Hospital de Charing Cross, insistindo depois que o levassem para a sua casa na Baker Street. Os criminosos que o atacaram aparentavam ser, pelo que vestiam, homens respeitáveis. Conseguiram escapar dos transeuntes ao entrarem pelo Café Royal e depois ao saírem pela Glasshouse Street, nas traseiras."
Este episódio foi descrito no conto ‘The Illustrious Client’, onde Holmes teve de enfrentar o maléfico barão austríaco Adelbert Gruner, responsável pela ação dos dois criminosos.
Atualmente, o Café Royal é um luxuoso hotel de 5 estrelas. O seu café abre diariamente às oito horas e encerra às 22.
4 – Comprar um mapa na Stanfords
Em 'The Hound of the Baskervilles', boa parte da ação decorre em Dartmoor, Devon. Como qualquer viajante que se leve minimamente a sério, Holmes viajava prevenido. Por isso, foi à famosa loja Stanfords para comprar um mapa de Dartmoor. Esta novela, a terceira do grande detective, saiu originalmente em fascículos na 'The Strand Magazine' entre agosto de 1901 e abril de 1902. A Stanfords de Covent Garden já existia quando a novela foi publicada - abriu em janeiro de 1901. No entanto, como a história passava-se alguns anos antes, é provável que Arthur Conan Doyle tivesse em mente a loja que existia no número 55 de Charing Cross.
5- Navegar no Tamisa
As Escadas de Westminster, mencionadas em 'The Sign of the Four', localizavam-se junto ao lado sul da atual ponte. Estas escadas eram sobretudo usadas por barqueiros e revelavam-se um elemento crucial da rede de transportes. De facto, a história acabou com um dos episódios mais espetaculares de todas as aventuras: uma perseguição dramática entre lanchas a vapor, que teve o dedo de Sherlock Holmes:
"Eu vou querer um barco rápido da polícia – uma lancha a vapor – para estar nas escadas de Westminster às 7 horas."
Hoje há vários serviços de transporte que organizam passeios ao longo do rio. Estes serviços podem não ser tão excitantes, mas, mesmo assim, são uma experiência memorável.
6 – Ficar sem um dente canino na estação de Charing Cross
No conto 'The Empty House', há uma referência curiosa a um episódio violento ocorrido na estação de Charing Cross. Refletindo sobre os seus inimigos, Holmes disse :
"A minha coleção de M's é bem boa ... ‘Moriarty por si só, era suficiente para tornar esta letra ilustre, e depois ainda há Morgan, o envenenador, e Merridew de abominável memória e Mathews que partiu o meu canino esquerdo na sala de espera de Charing Cross (...)."
7 – Marcar um encontro no Lyceum Theatre
Londres tem lugares inesquecíveis. O bonito edifício do Lyceum Theatre, inaugurado em 1834, é um desses casos. Na novela 'The Sign of the Four', Mary Morstan (futura mulher do Dr. Watson) procurou Holmes por causa de uma carta anónima que dizia:
"Esteja junto ao terceiro pilar a contar da esquerda no Lyceum Theatre às 7 horas. Se estiver desconfiada traga dois amigos. Você é uma mulher enganada, e deve ser-lhe feita justiça. Não traga a polícia. Se o fizer, tudo será em vão.
O seu amigo desconhecido."
8 – Interromper o jejum no Simpson's-in-the-Strand
Depois de ter estado três dias e três noites sem comer, Sherlock Holmes saciou o seu apetite no Simpson's-in-the-Strand. Esta cena vem descrita no conto 'The Adventure of the Dying Detective', publicado em 1913. Nesta história, Holmes fingiu estar às portas da morte, com o objectivo de forçar Culveton Smith a confessar o assassinato do seu sobrinho. Após este longo jejum, Holmes declarou: “Quando acabarmos na esquadra da polícia, acho que algo nutritivo no Simpson's não vai estar fora de questão.”
Conhecido por servir apenas o melhor da cozinha inglesa, o famoso Simpson's-in-the-Strand é considerado por muitos como um dos melhores restaurantes de Londres.
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