A redução da procura por parte de turistas provenientes do mercado britânico, em consequência da saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’), foi outro dos fatores que a AHP apontou para exemplificar a falta de oportunidade da aplicação de uma taxa turística nos municípios algarvios, intenção aprovada na sexta-feira pela AMAL, embora sem valor ainda definido.

“O facto de o Algarve ser um destino demasiado sazonal e de estadias mais prolongadas na hotelaria, por comparação com destinos urbanos, vai obrigar também os hoteleiros a ajustar os seus preços, principalmente em época baixa, de forma a compensar os seus hóspedes, pelo que esta decisão sem qualquer consulta à hotelaria demonstra um total desconhecimento da realidade do setor”, criticou a AHP num comunicado.

A associação junta-se assim às críticas feitas à AMAL pela aprovação da taxa turística e que começaram na segunda-feira com a Câmara de Silves a pronunciar-se contra a medida e a assegurar que está em desacordo com as restantes 15 autarquias da região.

A AMAL anunciou na sexta-feira a aprovação de uma taxa turística do mesmo montante a aplicar no conjunto dos municípios do Algarve e cujas receitas seriam geridas pelas câmaras, mas a autarquia de Silves, presidida por Rosa Palma (CDU), afastou a ideia de unanimidade na decisão e garantiu que comunicou a sua posição à associação de municípios antes da reunião em que foi tomada a decisão, na qual não se fez representar.

Também na segunda-feira, a Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (Acral) pronunciou-se em princípio contra a medida, mas propondo que, em caso de ser consumada, as receitas revertessem em parte para um fundo de apoio ao comércio local.

Já hoje, a principal associação hoteleira do Algarve criticou a decisão da AMAL de aplicar uma taxa turística idêntica em todos os concelhos da região, advertindo que vai prejudicar a competitividade do destino turístico face aos concorrentes.

A Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) acusou a AMAL de desconhecer a “verdadeira substância do turismo” algarvio e de “falta de sensibilidade” os autarcas dos municípios que a integram e tomaram a decisão e anunciou que se reserva “o direito de desencadear todas as ações em lei permitidas, tendo em vista impedir a aplicação de uma medida considerada injusta, ilegal e atentatória do interesse público regional e nacional”.

Lusa