Foto: Montargil @mariaaneves
Há uma página de Instagram que para mim é inigualável na escolha de destinos. Porque apresenta conteúdos dos destinos e não apenas fotos: a doyoutravel. O que vemos ali? O que a maioria de nós deseja, sobretudo sentindo as fronteiras "apertadas" por causa da COVID-19: desde percorrer a Ásia ao pormenor até ao amor que se vê no casal que surge em plano menor dentro de cada fotografia que é uma imagética que cobre quase todos os continentes. Ora espreitem, podia divulgar mais o meu próprio Instagram, mas por que não partilhar as redes de outros que valem tanto uma observação telescópica? Quem compreende o sentido de viajar, percebe que isso se traduz em: “viver lugares e pessoas”. Que se trata de gratidão a essa possibilidade. Nem todos podemos viajar com frequência, mas podemos saber escolher um destino, escolher uma pessoa e viver tudo isso de uma só vez. Ou ir em família numa viagem.
Quero contar-vos um momento de um dos destinos que algures em páginas internacionais como a doyoutravel poderá encontrar: Portugal. Sim, sim Lisboa aparece por lá. Só que eu não vou focar hoje Lisboa. Esse lindo olho de esfinge da Europa. Porquê esta metáfora? Porque mal se entra via aeroporto de Lisboa, de facto, se observarem o mapa, é no olho da esfinge (recordando Fernando Pessoa) que entraram. Mas Lisboa é só uma entrada, neste artigo. Percorramos uma distância a sul… até Montargil.
Ali no quente Alentejo, na área de Ponte de Sor, recomendo a vhrtours para aproveitarem ao máximo, e em packs individuais ou económicos, um roteiro inesquecível naquela vila. Vão de carro, com pleno ar condicionado e com uma guia turística simpaticíssima (a Liliana!) fluente em várias línguas. A viagem e a equipa da VHRTOURS.PT tornam o percurso completamente fascinante. Vejam as imagens e reservem um dia já em breve para poderem deslumbrar-se com a barragem e com a serra de Montargil.
Porquê terra de dragões e tesouros mouros aqui numa vila tão pequena? Porque se se observar do céu, verão o formato de um dragão na barragem estendida ali pelos recantos da Serra. E nesse ‘dragão’ podem fazer desportos radicais e aquáticos. Tem lá tudo preparado e a VHRTOURS tem as parcerias adequadas para fazerem o que desejarem (incluindo acampar) ao menor preço. Um dos desportos que mais adesão tem é o Paddle. Aconselho famílias a esta aventura. Depois subam a Serra e preparem-se para anotar na memória uma das vistas mais bonitas de Portugal. Incluam no pacote o pôr-do sol lindíssimo. Sobretudo nesta altura em que o verão vai beijando a entrada do outono. Agora vá, vamos lá aos tesouros: na verdade ainda não concluiu a investigação arqueológica naquela zona mas temos as ruínas bem conservadas da época dourada romana (uma estrada de lama que chega até a Mérida, Espanha). Na altura da conquista da Península aos Mouros, um rei de França decidiu "levar" um grande tesouro dali da Serra de Montargil. Tanto é que há uma vila em França que recebeu o mesmo nome.
Os mouros não ficaram com o tesouro português, nós pelos vistos também não. Mas a nossa Conquista veio depois e o mundo foi nosso. Futuro à frente chegamos ao nosso presente: qual é o maior tesouro do que uma das melhores paisagens sobre a forma do dragão, ali no Alto Alentejo? Pois. Amantes da natureza, este artigo é para vocês. E, ainda, perto pode atravessar a fronteira e encontrar um outro tesouro dos "deuses romanos" que nem Deus o leve: o teatro romano de Mérida. O teatro onde as festas ao deus Dioniso eram sagradas. Traduzindo por "miúdos": festas com muito bom vinho e não só! Mérida a mim toca-me particularmente, pois antes de eu ter podido atingir este nível de exploradora e escritora sobre viagens no Planeta Terra, Mérida foi efetivamente a minha primeira saída de Portugal. Algo aconteceu ali muito bonito: eu era estagiária no meu quinto ano de licenciatura, tinha 22 anos e já dava aulas. A minha orientadora de Latim tapou-me os olhos e pediu, com a sabedoria de quem bem me conhecia: “Confia em mim”. Eu ia subindo de olhos tapados e ela centrou o meu corpo e terminou desenlaçando as mãos dos meus olhos: “Vê”.
Era o primeiro teatro clássico altamente conservado que vira na minha vida. Eu nem sabia que ao longo destes anos iria ver tantos mais. Aquele para mim é o especial. Mérida, em Espanha, tão pertinho de Portugal, tem muito mais, mas o anfiteatro romano é o meu primeiro amor.
Vá e volte a Montargil, acalme os cinco sentidos e medite na visão da barragem. Depois, para se passar a noite, aconselho algo que eu própria gosto muito e que se adequa a quem é mais (ou nada) aventureiro quanto à vida "na natureza": acampar, mas com glamour! A isso chama-se glamping. É o ideal para começar em setembro e, assim, ir percorrendo as épocas mais frias por cá.
Cada vez mais há espaços de glamping em Portugal e, sobretudo, com investimento estrangeiro. Ali pertíssimo de Montargil encontra uma destas acomodações e onde pode fazer churrasco, caminhadas e outras atividades que a entidade hoteleira providencia. Reserve com antecedência, muito simples e garantido! Não deixe de fazer glamping, mesmo! É uma curiosidade que tem de experimentar: são acomodações que respondem a vários gostos: tendas charmosas mais asiáticas, estilo mais africano ou mesmo mood “Mongólia”.
Vou contar, por último, entre dragões e tesouros de Montargil, uma das coisas que mais apreciei nas minhas experiências glamping: lareira em pleno inverno ao lado de uma banheira vitoriana. Depois de um longo banho e uma espreitadela à noite escura como breu, rendi-me à fofinha cama king size e ao som da natureza a embalar o sono e o sentido de se estar vivo!
No dia seguinte, acredite que a viagem de regresso será recompensadora pois a sua guia estará sempre pronta a fazer algumas paragens para fotografias ou para experimentar a gastronomia de Portalegre ou caminho acima (ou abaixo, pode reservar a sua tour desde o seu local de residência!). Já sabe as palavras-chave da próxima viagem: Montargil, Tesouros, Vhrtours, Mérida, glamping!
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