O Theatro Circo tem mais de um século. Foi inaugurado em abril de 1915 com a peça de teatro A Rainha das Rosas e na atualidade regressou ao intenso charme do passado.
Destaca-se de imediato na Avenida da Liberdade, uma das principais vias de Braga.
A fachada em pedra, escura, contrasta com o tom rosa da pintura nas paredes do edifício. As janelas e portas altas revelam a grandiosidade que vamos depois encontrar no foyer.
Colunas em mármore rosa, candeeiros antigos, espelhos que prolongam o brilho e efeitos dourados nas paredes alusivos ao teatro, dão as boas-vindas aos visitantes.
O esplendor alarga-se à sala principal. O dourado volta a decorar o enorme teto e os camarotes, alinhados em três pisos, e que contornam o palco.
O vermelho aveludado da plateia e os varandins dos camarotes ajudam a dar um tom ainda mais vivo à sala que foi palco de uma grande variedade de espetáculos e por onde passaram nomes relevantes da música e do teatro.
Nestes 107 anos o Theatro Circo esteve em atividade exatamente um século e contribuiu significativamente para o gosto e a cultura de várias gerações. Os outros 7 anos foram para obras de restauro e requalificação. Começaram em 1999 e em 27 de outubro de 2006 teve lugar a reabertura do Theatro Circo.
“É completamente diferente do que era nos anos 80, estava muito adulterado. O corpo central do Theatro Circo tem a matriz arquitetónica do teatro quando foi construído. A nossa proposta base era mexermos na estrutura central, trazê-la para a arquitetura original e dotar o teatro de uma valência que nunca teve: a de produção e criação de espetáculos.”
A descrição é de Rui Madeira, diretor artístico da Companhia de Teatro de Braga que está sediada no Theatro Circo desde 1986. Um terço da vida do teatro é com a companhia que desenvolve aqui as suas produções e promove igualmente um conjunto vasto de iniciativas.
Um amplo leque de oferta cultural na cidade que ganhou nova dinâmica com a requalificação do Theatro Circo.
“Foi a primeira vez que se fez este tipo de obras. Aprofundou-se 30 metros debaixo da sala principal, criaram-se novos espaços e um palco novo. Tudo isso permitiu dotar o teatro de condições técnica para os próximos 50 anos.”
A longevidade do teatro esteve em risco. Passou por alguns momentos críticos e a Companhia de Teatro de Braga foi um dos suportes que conseguiu garantir a sobrevivência do equipamento cultural e projetar o seu futuro.
“Sem petulância, reivindicamos alguma responsabilidade no Theatro Circo que hoje existe. Fui durante mais de 20 anos diretor do Theatro, foi comigo que decorreram as obras. Foi com a companhia que se acelerou o processo de aquisição pela autarquia”.
O Theatro Circo desempenha um papel fundamental na produção cultural da cidade. No entanto, na opinião de Rui Madeira, Braga precisa de mais equipamentos de média dimensão, “a aposta agora é a recuperação das ruínas do teatro romano”.
O Theatro Circo é gerido por uma empresa municipal e realizam visitas guiadas.
Theatro Circo: uma das mais bonitas salas de espetáculo em Portugal faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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