O irmão deve ter revelado maior competência porque foi embora e deixou-o sozinho num abrigo redondo no canavial mesmo à beira de um dos lagos onde andavam calmamente vários patos, garças pequenas e galarões que é o símbolo da Lagoa Pequena.

Lagoa Pequena
O primeiro voo/salto da jovem garça real créditos: Who Trips

Hélio Baptista é voluntário no Centro Interpretativo da Lagoa Pequena e foi quem nos levou numa visita guiada até um ponto de observação, mesmo junto à água.

É onde milhares de aves se abrigam em particular no Inverno. “Esta zona é particularmente importante para as aves aquáticas e invernantes. Vêm aqui passar o inverno".

Lagoa Pequena
créditos: Who Trips

"O espaço é também relevante para as aves pequenas migradoras que procuram aqui alimentação, refugio e a nidificação”, refere Alexandra Lopes, Coordenadora do Departamento de Cidadania Ambiental da SPEA, a Sociedade para o Estudo das Aves e uma das entidades associadas ao centro interpretativo.

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Hélio Baptista na entrada do Espaço Interpretativo da Lagoa Pequena créditos: Who Trips

O espaço está aberto ao público de quarta-feira a Domingo. O acesso é gratuito. É muito visitado por fotógrafos de natureza e observadores de aves. Nacionais e estrangeiros.

Lagoa Pequena
Observatório de aves créditos: Who Trips

Há também um número crescente de famílias que procuram o contacto com a natureza. É uma descoberta que fascina em particular os mais novos.

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Informação no centro e réplica de Galeirão o ícone da Lagoa Pequena créditos: Who Trips

É para estes grupos de crianças que a SPEA preparou um programa pedagógico. Alexandre Lopes acrescenta que “além de irmos às escolas, nas visitas na Lagoa produzimos materiais auxiliares para as famílias. Temos por exemplo uma mochila adequada ao tamanho dos mais novos com binóculos, uma lupa e desafios para a criança sentir curiosidades da descoberta ao longo da visita.”

A relação com os mais novos é uma das prioridades. No Inverno, na deslocação da equipa do Centro Interpretativo às escolas, uma das atividades que as crianças fizeram foi preparar um comedouro para as aves. Hélio Baptista explica que se aproveitam “pinhas e coloca-se manteiga de amendoim com sementes. Os comedouros ficam visíveis e dá para ver as aves a alimentarem-se.”

Lagoa Pequena
Pinha que funciona como comedouro créditos: Who Trips

Nos passeios pela Lagoa Pequena, veem-se facilmente as pinhas penduradas. Noutras árvores vemos caixas de madeira que ajudam algumas espécie na nidificação. Pelos passadiços ou no terreno arenoso vemos e ouvimos muitas aves.

Lagoa Pequena
créditos: Who Trips

Poucos são os afortunados que conseguem observar as lontras. Há um caminho muito estreito e um observatório muito alto próximo do sitio onde elas costumam andar mas as lontras não gostam de dar nas vistas.

A Lagoa Pequena e mais um outro terreno alagado, que chamam Lagoa da Estacada, encontram-se vedados de forma a preservar o espaço natural. Mesmo a equipa do Centro, na época de nidificação, não entra nos espaços mais sensíveis para evitar afetar a rotina das aves.

Lagoa Pequena
créditos: Who Trips

Pela importância que a Lagoa Pequena desempenha na vida das aves, toda a área está classificada como Zona de Proteção Especial.

Lagoa Pequena em Sesimbra é refúgio das aves faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.