A Quinta do Pisão tem muitas histórias para contar. Já se chamou Quinta dos Perrinhos e pertenceu ao Convento de Santa Mónica de Lisboa, até ser adquirida por  Paulo Guimarães, o dono da “Real Fábrica de Lanifícios de Cascais”, que ali instalou um pisão (máquina que batia nos tecidos ou panos para lhes dar maior consistência), resultando daí a sua atual designação. 

Funcionou ainda como “Albergue de Mendicidade de Lisboa-Mitra” e passou por sucessivos acrescentos de terra e proprietários até 2007, altura em que entra na posse da Câmara Municipal de Cascais que a requalifica e transforma num Parque Natural com 380 hectares.

A Quinta tem entrada gratuita e oferece uma enorme variedade de experiências ligadas à natureza. É excelente para quem gosta de fazer caminhadas pois tem várias trilhas que o visitante pode percorrer para descobrir a fauna e flora locais, assim como o património edificado.

Durante a minha visita à Quinta do Pisão, optei por fazer o Caminho do Refilão, uma trilha circular, de cinco quilómetros, fácil, que passa por alguns dos pontos mais importantes da propriedade. 

Quinta do Pisão
créditos: Travellight e H. Borges

A primeira paragem é o Centro de Interpretação da Casa da Cal que funciona simultaneamente como posto de informação e Loja da Quinta. Neste local podemos comprar produtos como pão, mel e hortaliças frescas colhidas na horta biológica; alugar bicicletas e segways; descansar numa agradável esplanada ou ainda marcar passeios interpretativos e passeios com burros e cavalos.

A Casa Gruta de Porto Côvo é a segunda paragem do percurso.  Aqui descobrimos que a presença humana na Quinta do Pisão é muito antiga pois foram encontrados vestígios na Gruta de Porto Côvo que provam que a mesma, remonta à Pré-História e à Proto-História, nomeadamente aos períodos Neolítico e Calcolítico. 

Uns passos à frente fica o Forno da Cal de Porto Côvo e logo depois a Capela e o Picadeiro onde estão alguns dos cavalos e burros da propriedade (os outros encontramos pelos pastos). 

A paragem seguinte é a Horta Biológica que permite ao visitante colher diretamente os legumes e hortaliças que quer comprar. É uma atividade engraçada para fazer com crianças, principalmente as da cidade que tem poucas oportunidades de contactar diretamente com a terra e ver de onde vem os produtos que só conhecem do supermercado. 

A Horta encontra-se aberta durante a semana das 9h00 às 12h00 e aos sábados das 9h00 às 13h00. Aos domingos encontra-se encerrada.

Para chegar à Casa do Mel e à Eira dos Fornicos temos de andar bastante mais, mas é um passeio agradável pelo campo, com muitas oportunidades para ver ovelhas a pastar, cavalos e burros mirandeses, assim como tentar descobrir as várias espécies fugidias da fauna selvagem deste local, designadamente a raposa, a águia-de-asa-redonda, a geneta, a garça-real, e outras tantas.

Se estiver muito calor, é de evitar fazer este trecho, já que a sombra é pouca. O ideal é fazer a caminhada logo pela manhã, quando tudo está calmo e as chances de conseguir ver aves e outras espécies de animais é maior. 

Um pequeno desvio do Caminho do Refilão leva-nos até à Lagoa Grande, que na verdade não parece assim tão grande, mas tem alguns bonitos nenúfares a flutuar. Depois é só fazer os últimos quilómetros e terminar a trilha onde ela começou, no Centro de Interpretação da Casa da Cal (ou se preferirem na entrada da Quinta onde estão os parques de estacionamento).

Existem outros percursos mais longos para quem gosta de caminhar como o que liga a Quinta do Pisão à Trilha da Ribeira das Vinhas, que também vale a pena fazer.

Como chegar

A Quinta do Pisão fica na Estr. da Serra, Alcabideche (Estrada EN9-1)

GPS: 38º 41’ 46’’ N 9º 20’ 39’’ W

Horário: inverno (01.out - 31.mar) das 9h00 às 18h00 / verão (01.abr - 30.set) das 9h00 às 21h00

Podem encontrar mais informações no site da Câmara Municipal de Cascais  e no folheto da Quinta do Pisão.

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