A Pateira de Frossos, localizada no concelho de Albergaria-a-Velha (Aveiro), é considerada uma importante Zona Húmida em Portugal e serve de refúgio a uma grande variedade de vida selvagem, das aves aquáticas (patos, garças e cegonhas) a anfíbios e répteis. É a conjugação destes, do mundo Humano com o mundo Natural, que faz com que este ambiente seja único.
Aqui, podemos encontrar o PR4 ALB: um percurso pedestre circular que começa no Parque da Boca do Carreiro e onde somos logo ladeados por terrenos agrícolas que se estendem até ao Rio Vouga.
A chegada ao Rio Vouga é uma lufada de ar fresco no sentido em que voltamos a ter noção geográfica do local onde nos encontramos. Aqui, há um som característico por esta altura do ano: a vocalização do milhafre-preto (Milvus migrans). Um, dois, três! Basta um olhar mais atento para percebemos que estamos rodeados por eles e que os seus ninhos estão à nossa volta.
O milhafre-preto possui uma plumagem predominantemente castanho-escura ou negra, sendo que as penas da cauda são mais claras e com uma forma bifurcada. Atualmente, é uma ave bastante comum nesta altura do ano e na zona de Aveiro, onde chega a ser vista a planar sobre a cidade.
Por uma questão de respeito aos agricultores, decidi terminar o trilho nesta zona e voltar para trás. O caminho passa por dentro de terrenos agrícolas que, nesta altura do ano, estão semeados com milho para dar aos animais no próximo inverno. Mas posso dizer que a parte que falta fazer é precisamente a mais interessante deste trilho! Os campos agrícolas dão lugar à parte mais natural que acompanha o Rio Vouga até Angeja: incrível para se fotografar.
O verão não é a melhor altura do ano para visitar uma Pateira: falta água! Como importante zona de nidificação e refúgio para aves migratórias, por exemplo para a águia pesqueira, a Pateira de Frossos só revela toda a sua beleza na altura do Outono/Inverno. Nesta altura, temos um magnífico espelho de água que cobre os campos agrícolas e que proporciona fotografias únicas e de extrema beleza. No entanto, a transição da luz faz com que seja possível captar algumas fotografias que ajudam a mostrar a beleza deste local.
Podem seguir as caminhadas e experiências fotográficas do Guilherme no seu blog, Raw Traveller, onde uma versão deste artigo foi publicada originalmente, e no instagram.
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