Sempre passearam, essencialmente a explorar Portugal, mas a pandemia refreou os sentidos e as travessias, como sabemos. A vontade ficou a germinar e surtiu efeito. Estão de volta e em força: têm uma agenda forte de passeios que são, sobretudo, em contexto de excursões e também porque Nazaré Avó é responsável pelo Grupo Coral da Associação das Cantadeiras de Essência Alentejana (na Cova da Piedade).

Motivos não lhes faltam para fazer as malas e iniciarem um novo passeio. Já os vi de regresso, por exemplo, de passeios pela praia também. Nazaré e o marido Joaquim parecem aquele casal de conto de fadas, acreditam? É verdade.

Contaram-me sobre um dos seus últimos passeios: a visita a Vila Real e Trás-os-Montes que recomendam para aproveitar para descansar. São alentejanos, vivem na Sobreda, mas amam o país todo.

Nazaré e Joaquim
créditos: DR

Como foram a Vila Real? Seguiram numa empresa organizadora de tours – “aconselho as pessoas a viajar numa empresa credível, pois além de não se preocuparem com a condução, geralmente essas empresas tratam de tudo desde as instalações e bons hotéis até aos eventos culturais” – arremata a avó Nazaré. Não é a minha avó, mas é como se fosse. A minha avó, de facto, até tinha o mesmo nome. Gostei de entrevistar uma homónima. É que podia ser a avó típica portuguesa. E o Sr. Joaquim pode ser o timoneiro das aventuras dos passeios. A Sra. Nazaré alerta para o facto de passeios em grupo serem mais sustentáveis e porque sozinhos, os dois, normalmente não poderiam fazer. Por outro lado, ficam a conhecer melhor os monumentos.

Em Vila Real, por exemplo, Nazaré recorda o Palácio de Mateus, onde “ainda continuam a produzir os doces e vinhos da Casa de Mateus”. Passeio delicioso. E o sobre passeios com mar nos olhos? Perguntei, a meio da entrevista, pois esta região lindíssima de Portugal é um dos casos em que o mar parece um sonho de Oásis. Como Nazaré e Joaquim são bafejados pela Costa da Caparica, nada longe da sua residência, então ouvi a opinião de quem vê as gentes portuguesas (não só de Trás-os-Montes) que não têm o mar que refresque este calor de verão: “Nós não sentimos a falta do mar, mas tenho como exemplo (…) pessoas que trazíamos do Alentejo para ver o mar… era uma grande admiração [para os alentejanos convidados aos passeios]”.

Algo me impressionou quando Nazaré rematou: “nunca pensavam que o mar era tanta água sem fim”. Dá que pensar, não?

Com 58 anos de casamento dourado, um passeio que eles nunca esquecem: “temporadas no Gerês”. Procurando a fuga ao stress… e recorda-se de Vila Nova de Milfontes. A zona dos Caldas da Rainha e Foz do Arelho também vieram à memória do casal. Aproveitam para viajar e também orar, pois recorda a semana santa na Basílica de São Bento da Porta Aberta, a meio caminho entre Braga e Gerês.

Ao terminar este artigo veio-me à memória, de novo, o filme “Comer, Orar, Amar”. Não é que eles representam tão bem, sem ficção, esse filme e correndo continente e ilhas?