O presidente da Câmara da Guarda defendeu que a recuperação do Hotel Turismo possa ocorrer no âmbito do plano de revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), que este verão foi atingido pelos incêndios.
“Todas as ações conducentes à revitalização do nosso parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) são importantes. Cada vez mais. (…) Aquilo que os autarcas pediram ao Governo foi a criação de um plano de revitalização do PNSE. Ora, estando a Guarda incluída no PNSE, é da mais elementar justiça e necessidade, se quisermos, que o Hotel de Turismo, o seu investimento, também possa ser ali alicerçado. É esse caminho que iremos continuar a fazer ao longo dos próximos tempos”, disse esta quinta-feira Sérgio Costa.
O autarca da Guarda falava à agência Lusa em Manteigas, no final de uma reunião com a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, com autarcas, entidades de desenvolvimento regional e agentes económicos da região do Parque Natural da Serra da Estrela, para avaliar o impacto dos recentes incêndios florestais, identificar os principais constrangimentos e delinear futuras medidas de prevenção.
Questionada pelos jornalistas sobre o ponto de situação da recuperação do Hotel de Turismo da Guarda, a governante respondeu que tem dialogado com o presidente da autarquia para identificar as melhores soluções.
“Estamos muito perto de encontrar [uma solução], esperando devolver este ativo à comunidade, à região e ao país, garantindo que continua a criar emprego, que continua a ser um polo turístico importante”, disse.
Lembrou que a reabertura do hotel, que está encerrado há mais de 12 anos, “já devia ter ocorrido”, mas tal não aconteceu porque os vários concursos ficaram desertos.
Rira Marques admitiu, ainda, que, “provavelmente”, a solução poderá não passar pela abertura de um novo concurso ou pela devolução à autarquia: “Estamos a trabalhar com o município, justamente, para identificar outras soluções que possam criar postos de trabalho, entregando aquele ativo a um operador económico que saiba cuidar dele e que dinamize boa atividade turística na região”.
A Câmara Municipal da Guarda, presidida por Sérgio Costa referiu, em julho, num comunicado que assinalou a data de inauguração da antiga unidade hoteleira, que tem sido “preocupação constante” do executivo que lidera devolver o “emblemático edifício à Guarda e aos guardenses, dando continuidade à atividade para o qual foi construído”.
Segundo a nota, “a sua recuperação e revitalização é urgente e necessária, pois os projetos que o município da Guarda tem programados para o futuro próximo requerem a capacidade hoteleira” deste equipamento.
A autarquia também lembrou que, em abril, a Assembleia Municipal “aprovou uma moção para que, caso o Governo não resolva esta situação até ao final deste ano civil, devolva a sua propriedade, livre de ónus e encargos, ao município da Guarda, para que seja a Câmara Municipal a encontrar a solução mais rápida e viável para a recuperação e entrada em funcionamento” do Hotel Turismo.
O edifício do Hotel Turismo da Guarda foi vendido em 2010, pela Câmara Municipal, então liderada pelo autarca socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.
O hotel, inaugurado na década de 1940, foi a primeira unidade hoteleira da cidade.
O Hotel Turismo da Guarda foi incluído no programa Revive, mas os concursos lançados ficaram desertos.
Fotografia: turismodeportugal.pt
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