A história que hoje vos vamos contar não relata feitos históricos irrefutáveis e comprovados. Cruza o que dizem os historiados com as lendas e as crenças que sobreviveram centenas de anos e cuja intensidade na sua reprodução depende — e muito — de quem a conta.
Nesta nossa experiência em Bragança — depois de termos visitado por diversas vezes o património —, focamo-nos na magia dos contos, com todo o pensamento mágico que os envolve.
As grandes histórias de amor que terminam com uma grande tragédia são aquelas que se eternizam e vivem séculos na história, mas, essencialmente, no imaginário popular. Em Portugal, Pedro e Inês são os protagonistas da maior história de amor conhecida e Bragança poderá ter sido a cidade onde celebraram o seu maior momento de amor: o casamento em segredo, que só viria a ser revelado após a morte trágica de Inês. Um painel de azulejo no exterior da Igreja de São Vicente dá-nos conta desse momento.
Relatava o nosso guia, Luís Costa da empresa Andadi, que “era uma vez” D. Pedro I, infante de Portugal, filho do rei D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela no dia que em conheceu D. Constança Manoel, quem iria casar, se apaixonou pela Dama de companhia da sua esposa: a bela Inês, uma elegante mulher loira, de cabeleira abundante. “D. Pedro, mal a viu, ficou logo estontecido de paixão, paixão essa, que foi recíproca”, conta.
O caso amoroso foi rapidamente tornado público e era muito mal visto pelo Rei D. Afonso IV. Dona Constança morreu no parto ao dar à luz ao seu terceiro filho, mas, nem por isso, os dois amantes puderam ficar livremente juntos.
Nem com toda a oposição e a conspiração das cortes, Pedro e Inês se afastavam, continuavam a amar-se com loucura — o que os terá levado a casar em segredo, na cidade de Bragança. Este casamento só seria revelado sete anos após a morte de Inês, cruelmente condenada à morte e executada a mando do rei D. Afonso IV.
Sete anos mais tarde D. Afonso IV morre e Pedro, que nunca esqueceu Inês, declarou que teria casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança, legitimando assim os filhos do casal e legalizando o casamento. Pedro tinha planeado a vingança do carrasco de Inês, que sem dó nem piedade executou e arrancou-lhe o coração, mas só depois de colocar o cadáver de D. Inês num trono, colocou-lhe sobre o crânio a coroa real e obrigou todos os nobres, sob ameaça de morte, a beijar a descarnada mão da rainha morta.
Pedro faleceu em janeiro de 1367. No testamento, mandou que o seu cadáver fosse conduzido a Alcobaça e ali colocado no túmulo que mandara construir conjuntamente com o de D. Inês de Castro em 1360, e ainda hoje estão juntos “até ao fim do mundo”.
Onde ficar e comer em Bragança:
Hotel Tulipa, apesar de ter a classificação de Duas Estrelas, é um hotel muito confortável e acolhedor, situado na zona central da cidade de Bragança, permitindo acesso fácil e rápido à zona histórica da cidade e à zona mais moderna.
Restaurante Emiclau, no centro da cidade, tem uma sala moderna e confortável. Apesar de ser no interior do país, aqui pode comer excelente peixe, bem como as carnes mais habituais nas ementas transmontanas.
Restaurante Quinta das Queimadas - Panorama, fora da cidade, oferece grande qualidade e requinte nos menus, bem como qualidade nos serviços. No verão a esplanada oferece uma vista fantástica.
Restaurante Rosina, também no centro da cidade, próximo da Praça da Sé, na sua génese tem a comida italiana, mas na ementa tem todos os pratos mais características da região de Trás-os-Montes. A sala é requintada e o serviço com enorme simpatia.
Contradições Gastro bar, em plena cidadela de Bragança, oferece uma cozinha de autor, que mistura a tradição e o bem fazer que caracteriza o Restaurante Geadas, da mesma família, com a inovação, a criatividade e a qualidade do Restaurante G (Estrela Michelin), do mesmo grupo.
Biblioteca Café é uma excelente sugestão para a noite, aqui pode experimentar fantásticos cocktails.
JP ROCK CAFÉ, um fantástico bar, com música ao vivo, para descontrair, conviver e encerrar um dia em pleno em Bragança.
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