Fica só a uma hora e meia de Lisboa, esta vila cuja fundação remonta a 1217. Nesse ano o Rei D. Afonso II doou as terras da  Herdade de Arraiolos ao bispo de Évora e pediu para se construir lá um castelo. Arraiolos ganhou foral em 1290, mas o castelo teve de esperar pelo reinado de D. Dinis para ser construído e, foi precisamente ali, dentro das suas muralhas, que efetivamente nasceu e se desenvolveu o povoado.

Hoje o castelo está abandonado e as suas ruínas pouco cuidadas, mas ainda vale a pena visitar este Monumento Nacional, lugar onde viveu Álvaro Pires de Castro, o 1º Conde de Arraiolos (irmão de D. Inês de Castro) e D. Nuno Álvares Pereira, o 2º Conde de Arraiolos.

No seu interior já não há casas, mas bem no centro, numa pequena colina, continua imponente a antiga Igreja do Salvador, uma construção do séc. XVI. A muralha circular, única no Alentejo e uma das poucas no mundo, merece igualmente atenção. 

Descendo a pé em direção à vila, para onde, ao longo dos séculos, a população de Arraiolos se espalhou, chega-se à  Praça do Município, lugar que até ao século XV foi um complexo fabril de tintureiros. À primeira vista não resta nada desse tempo, mas na verdade, ali, tapados bem debaixo dos nossos pés, encontram-se 95 fossos que serviam para mergulhar e tingir a lã. Não há nada parecido em Portugal, apenas em Marrocos, na Medina de Fez, se encontrou algo semelhante. 

É também na Praça do Município que se encontra o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, paragem obrigatória numa visita a esta localidade.

Instalado no edifício do antigo Hospital da Misericórdia, a exposição mostra a evolução técnica e estética dos tapetes que conquistaram fama mundial. Logo na entrada, protegidos por um vidro, podemos ver alguns dos antigos fossos de tintura. Nas paredes estão tapetes antigos e, ao percorrer o centro, conseguimos perceber a evolução dos desenhos que começaram por ter motivos orientais, depois europeus e de inspiração local. Todo o processo de produção é apresentado e o Centro Interpretativo tem até uma tapeteira a trabalhar para mostrar aos visitantes como se faz um típico tapete de arraiolos.

Este é o maior símbolo da terra e passeando pelas suas ruas descobrimos muitas referências a esta arte. Já são poucas as lojas que hoje fazem e restauram tapetes, mas as que existem são maravilhosas, com artigos variados, coloridos e para todas as bolsas.

Arraiolos
créditos: Travellight

Depois de visitar o centro interpretativo, as lojas e ver outras atrações da cidade como o Pelourinho, a Igreja Matriz e a emblemática cadeira gigante, vale a pena parar no restaurante “O Alpendre” para um belo almoço, bem regado com o vinho local Monte da Ravasqueira!

Restaurante Alpendre
créditos: H. Borges

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