Da janela do avião, no meio do oceano começamos a ver a ilha de Porto Santo e assim que o avião prepara a aterragem, sabemos que chegámos a um lugar onde o tempo não existe. No aeroporto impera uma tranquilidade pouco característica destes espaços. Pela frente temos a viagem de carro de poucos minutos até o hotel, sem trânsito, sem buzinas, longe de qualquer tipo de confusão, apenas com o mar de um lado com as suas águas cristalinas, e as montanhas do outro, onde cavalos pastam calmamente.
Porto Santo é assim durante todo o ano e é maravilhoso, mas nesta semana tudo foi diferente. A ilha foi invadida por cerca de 500 pessoas que vieram para dançar, ensinar, mas, acima de tudo, espalhar alegria e animação pela ilha. A Porto Santo Latin Week foi dedicada a todos aqueles que gostam de dançar, e a quem pensava que não gostava, mas saiu daqui com as coreografias aprendidas.
Juntou-se às paisagens deslumbrantes da ilha de Porto Santo a alegria e a energia contagiante das 500 pessoas que vieram para dançar e levar animação a uma ilha tranquila. Não importa o local, fosse na sala de conferências do Vila Baleira Resort, junto à piscina ou na praia, todos os locais se transformavam em pistas de dança. Quando não havia sistema de som, os telemóveis faziam o trabalho, a música começava a soar e ninguém – absolutamente ninguém – conseguia ficar parado.
A menina dança?
No inicio, nós, comuns mortais, para quem a coreografia da La Macarena é o máximo que conseguimos fazer – e ainda assim, tendemos a confundir a esquerda com a direita – ficávamos apenas a assistir a um conjunto demasiado complexo de passos e rodopios. E pretendíamos continuar assim! Afinal temos dois pés esquerdos e ambos de chumbo, só a ideia de pensar em dançar assusta-nos. Ficamos assim a primeira meia hora, até sermos completamente contagiados pelo ritmo da música e pela animação que se vive. O primeiro sintoma de que fomos contagiados é aquele pé que parece não conseguir ficar parado, como um tique nervoso ao som da batida. O segundo estágio do contágio é quando se espalha pelo corpo, um toque de anca, um leve inclinar de cabeça ao som da música e de repente, sem te dares conta, estás completamente no espírito da dança.
Até que alguém nos encontra e nos tira para dançar. É salsa. Sabemos algum passo de salsa? Não! Para nós salsa é uma erva aromática e nada mais. “Não sei dançar, sou pé de chumbo”, argumentamos na esperança de nos poupar uma verdadeira vergonha e, bem, de poupar os pés do anfitrião que claramente não sabe o risco que está a correr. Obviamente, não somos os primeiros a dizer isso, e, realmente, parece não importar. Num momento estávamos a dizer que não sabemos dançar e, no seguinte, estamos a rodopiar no meio da pista, entre gargalhadas, como se tivéssemos descoberto que poderíamos fazer algo pela primeira vez.
O encanto da Porto Santo Latin Week é este: nós deixamo-nos contagiar, dançamos e esquecemos que o mundo lá fora existe.
Depois da primeira experiência, sabemos que não seremos mais os mesmos, sabemos que não queremos ficar mais a ver dançar, temos de fazer parte da festa, daquela energia contagiante que não encontramos em lado nenhum. Então, vamos rever a que horas são os workshops – aqueles que juramos nunca fazer quando chegamos – começamos a decidir em quais nos inscrever: salsa sim e kizomba também. Podíamos não saber o que era bachata, mas claro que nos inscrevemos também.
E os dias passaram assim, com aulas de dança, com festas na piscina, na praia e em todo lado, porque Porto Santo transformou-se numa festa gigante onde a energia nunca acabava e todos dançávamos como se ninguém estivesse a ver até que os sapatos nos fizessem doer os pés. Depois? Depois tirávamos os sapatos e dançávamos até de manhã, até o sol nascer no horizonte.
Agora já só ansiamos que chegue o dia 27 de maio de 2019 para que isto tudo se repita novamente. E boas notícias: a Porto Santo Latin Week já está confirmada para os próximos três anos.
O SAPO Viagens viajou a convite do Vila Baleira Resort.
Comentários