As mudanças dos últimos anos na Tunísia sentem-se em Tunes. A capital do país é uma cidade vibrante, com largas avenidas e uma medina labiríntica. Aqui, jovens passeiam de mãos dadas com roupas ocidentais, ao mesmo tempo que mulheres circulam de véu islâmico e fogem das fotografias. Bandeiras e bandeirinhas da Tunísia enfeitam as ruas e esvoaçam nos edifícios governamentais. Muitos tunisinos têm orgulho no seu país, que, afirmam, "é um país muçulmano, mas é diferente", como tantas vezes nos disse Ayoub Zrouga, o nosso guia de viagem na Tunísia.
Uma sociedade em mudança, que clama por mais abertura, justiça e por uma secularização do Estado. A história começou em 2010 com uma série de manifestações contra o presidente da República no cargo desde 1987. A Revolução de Jasmim, como ficou conhecida, culminou com a saída de Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita, e a realização de eleições livres em março de 2011. A Tunísia foi o exemplo mais bem sucedido da Primavera Árabe - uma série de manifestações contra a repressão dos governos de países do Norte de África e do Médio Oriente. Uma das medidas tomadas pelo Ennahda, o partido que venceu as eleições na Tunísia, foi negar a sharia (lei islâmica) como principal fonte da legislação nacional na nova constituição.
A transição pacífica e a forma como a sociedade civil e as instituições conseguiram criar a base para uma democracia no país valeram à Tunísia, no ano passado, o Nobel da Paz. Mais precisamente ao Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia, um grupo de quatro organizações tunisinas que trabalhou em conjunto em prol do regime democrático no país.
Os ventos de mudança sopraram com otimismo num dos países mais hospitaleiros e seguros do Norte de África, muito procurado por turistas devido não só às praias paradisíacas, mas também à riqueza histórica, que remonta às ancestrais tribos berberes e à fundação de Cartago. A cidade foi fundada por fenícios e acabou por se tornar numa das civilizações mais influentes do Mediterrâneo, chegando a fazer face ao Império Romano, que, depois de muitas batalhas, conquistou a região. A Tunísia viveu um período de crescimento sob domínio árabe no Magrebe; foi, depois, uma província do Império Otomano, até a conquista por França em 1881, e manteve-se como protetorado francês até 1956.
No ano passado, o país foi alvo de dois atentados terroristas. Em março, no Museu Nacional do Bardo, em Tunes, e em junho, na estância balnear de Sousse. Os ataques, além de terem causado dezenas de vítimas mortais, foram um duro golpe no turismo – que já atravessava uma fase menos boa devido à transição política no país.
Chegámos à Tunísia um ano após estes tristes acontecimentos e encontrámos um país que quer seguir em frente e voltar a ser um destino turístico de eleição. Não é um objetivo fácil, principalmente numa altura em que a ameaça terrorista paira sobre vários países – alguns deles bem perto de nós. Veja-se o caso da França. Paris também sofreu dois atentados no ano passado e ainda espera pela recuperação do turismo.
Mas viajar é também uma forma de liberdade. E é através dela e dos valores democráticos que o mundo tenta dar resposta a esta ameaça. Embarque connosco neste caleidoscópio de azulejos, mosaicos, mercados sensoriais, estradas sem fim, locais históricos e praias de areia fina que é a Tunísia. No fim, vai descobrir um destino a ter em conta na sua próxima viagem.
O SAPO Viagens viajou para a Tunísia a convite do operador Travelers, com o apoio da Tunisair e do Turismo da Tunísia.
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