Albi foi construída em volta de uma incrível catedral que até hoje permanece a sua principal atração, mas esconde outros tesouros como o museu dedicado a Toulouse-Leutréc, instalado no Palácio dos Bispos, um dos palácios mais antigos e mais bem preservados da França.
No século XIII, após a cruzada albigensiana contra os cátaros, Albi transformou-se numa poderosa cidade episcopal e a Catedral de Santa Cecília no seu principal símbolo. Ainda que de longe, é a primeira coisa que vemos quando chegamos à cidade e todos os caminhos parecem conduzir a ela.
Albi pode estar mergulhada na história, mas não está parada no tempo. Edifícios modernos como o Grand Théâtre des Cordeliers provam isso, mas é no Centro Histórico que reside todo o seu charme. O centro está dividido em seis bairros distintos, cada um com uma personalidade diferente.
Castelnau, por exemplo, é onde residiam os cidadãos medievais mais ricos de Albi como a família de Henri de Toulouse-Lautrec. Saint-Salvi, por outro lado, era um bairro de comércio, com nomes de ruas como Payrolaria (rua dos Ferreiros) por causa das oficinas que costumavam estar aqui.
Ao contrário do que é habitual ver em antigas cidades medievais, em Albi há pouca ou nenhuma pedra usada na construção dos edifícios. Tudo é tijolo. Às vezes, tijolos vermelhos misturados com vigas de madeira que decoram as fachadas e servem de suporte estrutural. Isto dá um aspeto único e pitoresco às casas que ladeiam as estreitas ruas da velha cidade e nos conduzem à enorme praça que abriga a monumental Catedral.
Todos os caminhos vão dar a ela: Catedral de Santa Cecília
De estilo gótico, construída tal como as casas mais simples, com tijolos de tons vermelho e laranja, este impressionante edifício domina a cidade e deixa claro o poder que em tempos o clero romano teve na região. A fachada simples e austera contrasta com uma entrada finamente trabalhada, mas é o seu extraordinário interior que deixa qualquer mortal de queixo caído.
São cerca de 18.500 metros quadrados de murais que ilustram histórias da Bíblia e decoram cada milímetro das paredes e tetos. Há arcadas e pilares trabalhados, grandes candelabros e muitas imagens de santos. Há também o grande órgão da Catedral de Saint Cecile que data do século XVIII e é considerado um dos mais bonitos da França.
Um dos palácios mais antigos de França
Ao lado da Catedral, alojado dentro do Palácio dos Bispos, fica a outra grande atração de Albi — o Museu Toulouse-Lautrec.
O museu apresenta e preserva, tal como o nome indica, as obras de Henri de Toulouse-Lautrec, o célebre pintor impressionista que nasceu precisamente nesta bela cidade.
Toulouse-Lautrec é provavelmente mais famoso pelos seus cartazes do Moulin Rouge, mas eles são apenas uma pequena parte dos trabalhos em exibição. Desenhos e pinturas inspirados na vida familiar do artista, incluindo as suas primeiras e últimas obras, podem igualmente aqui ser admirados.
Mas mesmo quem não é entusiasta da pintura não perde nada em visitar o Palácio dos Bispos (ou Palácio Berbie, como também é conhecido) um dos palácios mais antigos da França e um dos mais bonitos. Os jardins, de entrada gratuita, são deslumbrantes!
O Palácio foi construído durante o século XIII num local com vista para o Tarn e a sua arquitetura militar recorda-nos novamente o poderio da Igreja nesta região. No interior destacam-se as salas medievais abobadadas, os tetos pintados, a galeria renascentista, os grandes salões e, claro, os maravilhosos jardins franceses que lembram os do Louvre (mas em escala reduzida), com vistas panorâmicas sobre o rio, a ponte medieval e a colina em frente onde se avista a igreja de Notre Dame de la Drêche.
Também vale a pena espreitar
No antigo Convento da Anunciação, a curta distância da Catedral, está instalado outro Museu que merece atenção - O Museu da Moda.
Tem em exposição milhares de vestidos e acessórios que vão desde os anos 1700 até aos anos 1970.
A Ponte Velha que rapidamente alcançamos descendo a rua que sai da praça da Catedral em direcção ao rio, é uma das estruturas mais fotografadas de Albi e também um dos melhores sítios para conseguir uma fotografia tipo cartão postal das duas margens. Assenta em oito arcos, é feita de pedra coberta com tijolo e data de 1040 d.C.
Outro edifício de paragem obrigatória é a Igreja La Collégiale Saint-Salvi. Data do século VI e é um dos edifícios mais antigos da cidade. Foi quase destruída durante a Revolução Francesa em 1776 e, como tal, da estrutura original apenas a torre sul do claustro permanece. Apesar disso, os estilos românticos e góticos que foram acrescentados posteriormente parecem misturar-se na perfeição. É um lugar bonito e sereno, bom para descansar, mesmo que por apenas alguns minutos.
Outro local bom para parar é o Parc Rochegude, um jardim bem cuidado a 15 minutos a pé da Catedral com pequenas lagoas, uma ilha de pássaros e mais de 85 espécies diferentes de árvores.
Localizado não muito longe do Museu Toulouse-Lautrec, na Rue Emile Grand, fica o Mercado de Albi, a paragem perfeita para comprar produtos frescos e deliciosos para um belo piquenique junto ao rio ou no Parc Rochegude. Há pão quente, uma infinita seleção de queijos franceses curados, frutas e legumes frescos.
É a forma perfeita de terminar uma visita à bonita cidade de Albi!
Como chegar
Os dois aeroportos mais próximos de Albi são o de Toulouse e o de Carcassone. A Ryanair voa de Lisboa e Porto para Toulouse e do Porto para Carcassone. A partir destas duas cidades, se não quiserem alugar um automóvel, basta apanharem o comboio e em menos de 2 horas estão em Albi. O bilhete ida e volta, se comprado com antecedência na SNCF custa 28,80€ por pessoa.
Onde ficar
Há uma boa variedade de acomodações para todos os orçamentos, alguns até por 58 € por noite como o Hotel Le Rochegude, mas um dos melhores hotéis de Albi é o Hotel Alchimy (153 € por noite).
Vejam mais
Espreitem o destaque "Albi" na minha página de Instagram para ver um pouco mais desta bonita cidade francesa e sigam as stories nesta rede social, para inspiração e ideias para passeios, férias e fins de semana.
Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
Comentários