“É o Custódio, o Issa”. Este é o costume de início de entrevista de Issa, um dos Grandes Viajantes portugueses. Um costume adorável de quem conhece o Mundo como as linhas da sua palma da mão. Desta vez traz-nos notícias da sua viagem mais recente: Saara Ocidental.

“Em relação ao Saara Ocidental, porque é que eu fui lá? Há quarenta anos (mais ou menos) que viajo para Marrocos. O país favorito a seguir ao meu”. Explicado pelo sangue. Parece estranho? Mas, já o vou relembrar enquanto nos lê. Pela 12ª vez que viajou para este reino, mas não conhecia a zona meridional – o Saara Ocidental que muito se alterou desde o Acordo de 1975.

Sahara Ocidental: o que deve ver e em quanto tempo. Um outro lado de Marrocos
créditos: Custódio Issa

Ora, apesar de uns mistérios (coisas mal clarificadas) nesse Acordo, desde essa altura os refugiados dali são imensos na Argélia. Duas gerações presas em campos até hoje, imagina? A relação diplomática naquela zona é… muito difícil.

Assunto das Nações Unidas sim, mas interessa também a quem viaja como Issa. Como se fosse em expedição. E qualquer pessoa que ama viajar, tem de conhecer o que está além de oásis e línguas incandescentes de praias. Interessa viajar através dos povos, das gerações que habitam os lugares onde aterramos.

Issa ainda viu barricadas, sobretudo em Dakhla. Mas, estando totalmente militarizada, o português recomenda passar por ali com dois avisos: há segurança plena, mas não é uma área muito exótica. Fico a saber que a bela sesta manteve-se como herança espanhola (era antigamente protetorado espanhol, note-se) e Issa sentiu-se inspirado pelo momento da sesta, aliás ele tem ADN com origem no norte de África. Esses seus genes (com teste comprovadíssimo que o próprio mandou fazer por interesse pessoal) são a razão de sangue que há pouco referi. Segredo desvendado sobre as 12 idas a Marrocos.

Sahara Ocidental: o que deve ver e em quanto tempo. Um outro lado de Marrocos
créditos: Custódio Issa

Conselho de viajante atrás da magia: não recomenda estas cidades e províncias do reino de Marrocos para quem quer visitar exotismo marroquino. Não vá uma semana! Dois a três dias bastarão.

Sendo ele um colecionador de viagens, teve de explorar estes lugares remotos: “os próprios marroquinos também não vão lá muito (…) fiquei em hotéis onde eu era o único turista lá”. Isto desgostou, pois Issa aprecia viajar, colecionar memórias e lugares, mas também partilhar ideias com os povos.

Sahara Ocidental: o que deve ver e em quanto tempo. Um outro lado de Marrocos
créditos: Custódio Issa

Assim, foi ‘falando’ com a gastronomia e com os contrastes religiosos pois, graças à herança espanhola, encontra por ali (Dakhla) uma igreja católica e perto há um lago de água cor de esmeralda. E se lá for tem de comer ostras (são económicas e famosas). De repente parece-me que pode fazer uma viagem ao estilo de “Comer, Orar…”. Não importa a ordem, importa a vontade de colocar um tuaregue e mostrar coragem aos ventos do deserto.

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