Impacto inicial: cheiro demasiado quente a peixe, não é suposto o peixe fresco estar no mercado? Aquele parecia um templo de colunas com o teto como céu. Portanto o que vai encontrar, nesta ‘pesca’ e ‘caça’, é peixinho e uns belos atuns gigantes dispostos nos tapetes dos mercadores, sem gelo nenhum. E o famoso peixe está mesmo ali junto dos pés desnudos dos donos. Não tenha nojo, é cultural. Eu recordo-me, por exemplo, de comer uma galinha simpática, no Camboja, sendo que ela tinha minutos antes andado a passear perto de mim e até lhe tirei uma foto. Pouco cortês de minha parte? Não, é apenas a vida!

A viajante de Omã, minha «dadora» de pistas para esta viagem, decidiu-se pelo peixe tipo solha. Achou que estava em Portugal e pediu que amanhassem o bicho. Agora imagine-se a reviver, neste artigo só, todo o filme ou livro “O Perfume”. Sangue quente e escamas excluídas de um lado, o peixe pronto do outro lado. Não pensemos na água que ali escorre para lavagem das bancadas. Não vos vou detalhar sobre a água castanha num recipiente que deveria durar para o dia todo. Ah, e limpam as bancadas dos peixinhos amanhados com uma espécie de ventosas como aquelas que utilizamos para limpar os vidros do carro. Ora, vamos levar o peixe para casa e comer. E assim foi, o peixe estava saboroso e não provocou doença nenhuma! Final feliz após o roteiro grotesco num mercado de Muscat.

Depois é importante (e alucinante) ver como os nativos comem, em família ou em lugares públicos. É complexo (mas isto também é uma viagem!) perceber como se saboreia comida como se se estivesse vestido com um lençol negro e ainda com uns óculos por cima, mais luvas (calor!). Há, no entanto, aquela parte do traje que as senhoras levantam, muito elegantemente, para poderem comer e nota-se sorrisos entre o grupo. Isso é encantador. Outra coisa que se nota de forma muito acentuada: maquilhagens muito profundas e delineadas. Invejo-lhes as sobrancelhas tão bem cuidadas (e desde sempre, não é trendy) e as extensões de pestanas (também tantas de nós utilizamos, as muçulmanas já conhecem a técnica há muito tempo!). É um misto bonito, de facto.

Continuo na próxima viagem, mas para falar de outro sentido. Por hoje releiam e revejam este caso oriental de paladar.

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