Crescemos com a imagem do Rio de Janeiro no nosso olhar. Aquelas baías enormes, com o extenso areal a tocar no mar, o Cristo Redentor a observar serenamente os cariocas, o Calçadão de Copacabana e Ipanema, a sofisticação do Leblon... O Rio de Janeiro bem pode agradecer às telenovelas pelo excelente contributo para o turismo, pelo menos para os portugueses.
Há ainda outro aspeto, este já menos positivo, que são as favelas. Temidas mas ao mesmo tempo tão belas. As pequenas casas, aglomeradas, encrostadas nos morros, conferem a esta cidade um toque único, seja de dia ou de noite. São um regalo para os olhos.
Acho que todos temos curiosidade em conhecer, pelo menos uma vez na vida, o Rio de Janeiro. Mesmo os mais céticos têm de perceber o porquê de esta cidade ser tão procurada e falada. É sem dúvida uma cidade única. Não haverá destino algum no mundo parecido ao Rio. E quando assim é, só nos resta entrar no avião e perceber o porquê de ser tão comentada.
O aniversário da Cidade Maravilhosa
Até 1956, o Rio de Janeiro comemorava a fundação da capital fluminense em 20 de janeiro, aniversário do padroeiro São Sebastião e feriado popular na cidade brasileira. No ano seguinte, as celebrações de aniversário mudaram para 01 de março.
A alteração destas datas tem uma razão histórica e também política. Enquanto o dia 01 de março faz referência ao momento em que Estácio de Sá chegou à Baía de Guanabara, em 1565, o dia 20 janeiro recorda a Batalha de Uruçumirim, dois anos depois, quando o domínio português no Rio de Janeiro foi consolidado.
"O 20 de janeiro também é um marco importante do ponto de visto político. Agora, é uma data bélica. No século XIX ela foi celebrada. A alteração reflete uma mudança de pensamento: substitui-se um feito militar por um momento de construção da civilização. Há claramente uma inflexão na forma de pensar a fundação da cidade, uma nova leitura do passado", referiu Paulo Knauss, diretor do Arquivo Público do Rio, em declarações ao jornal A Folha de São Paulo.
Para o historiador brasileiro, o período desde a chegada de Estácio até à criação de um núcleo urbano, com a transferência da sede do Morro Cara de Cão (onde o português aportou) para o Morro do Castelo, constitui a formação da cidade carioca.
"A história da fundação da cidade certamente não se faz em um dia, trata-se de um processo. Essa cronologia caracteriza um processo", explica Knauss.
Já o "Janeiro" do nome da capital se refere ao primeiro contato dos portugueses, em 1504, com a Baía de Guanabara, a qual pensaram ser a foz de um rio.
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