No total andei em três autocarros diferentes desde onde estou hospedada até ao templo. Como é longe tenho de trocar de autocarro várias vezes e, para não variar, sou a única forasteira a estar nestes autocarros. O autocarro pára mesmo em frente ao templo, mas ao todo gastei mais de 4 horas para lá chegar, e as mesmas para voltar. Foi portanto um dia para esta visita, mas que estava disposta a fazer pois até gosto de andar de autocarro para ver a cidade e não me importo nada de ser a única forasteira. Gasto cerca de 1,50€ para lá chegar em bilhetes de autocarro, o que acaba por ser uma viagem bem barata.
Os locais estranham a minha presença no autocarro. Não escapo aos olhares curiosos e de espanto. Riem quando falo para confirmar informações sobre o autocarro pois não falam inglês. Mas sorriem. A viagem de autocarro faz-se bem pois as estradas são boas, no entanto não deixa de ser cansativo tantas horas em autocarros.
Chego ao templo mesmo a tempo da "missa" das 12h. E esta cerimónia é a razão deste templo fazer parte de roteiros de turistas. Vale a pena lá ir para assistir à cerimónia onde dezenas de monges vestidos de branco se reúnem. Também existem outras pessoas com vestes coloridas mas em número menor. Penso que sejam mais importantes na hierarquia.
A cerimónia dura cerca de uma hora onde se realizam cânticos, vénias e se percorre o altar com o que penso serem oferendas. É algo a que ainda não tinha assistido, portanto foi algo novo para mim. No entanto haviam mais turistas mas em grupos. Sou a única que está por conta própria. Os monges já estão habituados à presença de turistas, organizam-nos, dando instruções para onde devemos ir. Existe, aliás, no piso superior um local especifico onde estão todos os turistas aglomerados a tirarem fotos e a filmarem o acontecimento.
O templo é muito bonito, decorado com dragões coloridos, um teto com estrelas cintilantes e um olho divino que simboliza Deus - como podem ver na galeria de fotos acima. Aliás, vários olhos incorporados num triângulo decoram este templo que tem muita cor e detalhe. São homenageados Buda, Jesus Cristo, Maomé e Confúcio, além de Joana d'Arc e Júlio César. Os homens sentam-se à direita e as mulheres à esquerda.
O Caodaísmo acredita na existência de um único Deus que se considera ser o mesmo Deus adorado pelas outras religiões monoteístas. Ele é representado através do tal olho num triângulo, já que este Deus não tem forma. Existem muitos seguidores desta religião no Vietname, visto que a sua fundação também se deu por cá. Existem vários templos Cao Dai no Vietname e todos têm o mesmo género arquitetónico.
Depois da visita, ando pelas ruas à procura de um local para almoçar. Tenho várias ofertas de senhores de idade que me perguntam se preciso de uma mota, devem achar que estou perdida pois não há mais nenhum estrangeiro na área, daí ter muita atenção virada para mim, mas é sempre assim, já estou habituada. É natural, o ser humano tem curiosidade pelo diferente. Então, quando estou na paragem do autocarro à espera é que olham.
De qualquer modo, voltei à cidade 4 horas depois numa viagem que até nem achei complicada de fazer, portanto, aconselho outros turistas com tempo a visitarem o templo desta forma.
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